A coleção de vidros de René Lalique reunida por Calouste Gulbenkian foi adquirida entre 1911 e 1927, correspondendo portanto ao período em que o artista se dedicou integralmente à produção vidreira. A sua paixão por este material vinha desde os tempos do seu ateliê da rue Thérèse, junto à Ópera de Paris, onde se instalou em 1890 e onde iniciou as suas experiências com o vidro.
Será porém, na Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, inaugurada em Paris em abril de 1925 e que ficaria célebre também por dar origem à designação do estilo Art Déco, que Lalique atinge o seu apogeu e consagração como artista/industrial do vidro.
Esta jarra «Cluny» foi executada justamente em 1925, em vidro fumado, soprado-moldado, tendo sido adquirida pelo Colecionador no ano seguinte. De grande simplicidade formal, é decorada apenas por duas máscaras inspiradas no teatro clássico, cujos cabelos em bronze se prolongam em forma de serpentes, servindo de asas. Lalique reúne aqui duas técnicas que caracterizam a sua produção vidreira: o vidro soprado-moldado para o corpo esférico da jarra e o vidro moldado-prensado para as peças maciças (as máscaras), aqui coladas a quente sobre o vidro liso.
Tem interesse em Design?
Receba atualizações com a sua Culture Weekly personalizada
Está tudo pronto!
O seu primeiro canal Culture Weekly chega esta semana.