Do CRIA - Centro de Referência em Informação Ambiental
Laura Proença Guimarães, Fernando B. Matos, Luiza F. A. de Paula
Colagem de pranchas de plantas ilustradas na obra Flora Brasiliensis (2023), de Luiza de PaulaFonte original: Flora Brasiliensis disponível em Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA)
Flora Brasiliensis e as madeiras
A Flora Brasiliensis compilou pela primeira vez as espécies de plantas do Brasil. A obra foi produzida entre 1840 e 1906, e liderada especialmente pelo naturalista alemão von Martius. Entre as quase 23 mil espécies tratadas, muitas são de interesse madeireiro. Conheça 5 delas.
Madeira preta
Braúna é o nome popular da espécie Melanoxylon brauna. Seu nome científico vem do grego "melanos" (preto) e "xylon" (madeira), em alusão à cor escura da parte interna de seus troncos. O epíteto braúna vem do tupi "ibirá-uma", que significa "madeira preta".
A braúna foi amplamente retirada do seu ambiente natural, a Mata Atlântica, por fornecer madeira de alta qualidade e muita resistência, servindo para confecção de móveis, pontes, dormentes de trilhos e construção em geral. Hoje em dia está ameaçada de extinção.
Madeira branca
O pau-marfim (Agonandra brasiliensis) marca presença em quase todos os grandes biomas brasileiros. Além da sua distinta madeira branca-amarelada, diversas partes são utilizadas, como as folhas, raízes e casca, devido às suas propriedades medicinais.
O pau-marfim recebe outros nomes populares relacionados à sua madeira branca-amarelada, por exemplo, marfim-de-veado e pau-d’alho-do-campo. A espécie é usada na marcenaria, carpintaria, construção provisória e produção de cabos de ferramenta.
Madeira amarela
A grápia, garapa ou amarelão (Apuleia leiocarpa), possui uma abrangente distribuição geográfica e é amplamente utilizada pela indústria madeireira. Nos últimos anos, houve uma redução de 30% de sua população, tornando-a vulnerável, o que exige o manejo sustentável da espécie.
A grápia pode atingir até 40m de altura, sua madeira tem uma distinta cor amarelada e é indicada para construção civil e para produção de barris de cerveja e vinhos. Além disso, existem registros do uso do chá da madeira para o tratamento de diabetes.
Madeira vermelha
O pau-brasil (Paubrasilia echinata) é conhecido por sua madeira avermelhada de importância econômica. É nativo da Mata Atlântica e uma espécie altamente ameaçada, já que foi explorada nos últimos 500 anos.
O pau-brasil foi explorado pelos portugueses principalmente pela resina presente na sua madeira, que permitia a produção de corantes usados para tingir tecidos. Hoje em dia, a madeira do pau-brasil é muito utilizada para produzir violinos e arcos de qualidade considerada insubstituível. Após séculos de exploração, sua ocorrência está mais rara, tornando necessária a implementação de medidas de conservação.
Madeira roxa
O roxinho (Peltogyne paniculata), pau-roxo ou pau-violeta, é uma árvore nativa da região amazônica. Produz uma madeira de cor roxa de alto valor econômico.
A característica mais marcante desta espécie é a sua madeira de coloração roxa muito dura e resistente, que é usada para marcenaria de luxo e para a construção civil. Na região norte, onde é nativa, sua madeira é pouco explorada comercialmente, e, por sua resistência, é usada em fogões a lenha.
Pesquisa e redação: Laura Proença Guimarães (UFMG), Fernando B. Matos (CRIA), Luiza F. A. de Paula (UFMG)
Montagem: Luiza F. A. de Paula (UFMG)
Revisão: Vanderlei Canhos (CRIA)
Referências: Flora Brasiliensis (http://florabrasiliensis.cria.org.br/opus); Viagem pelo Brasil (https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/573991)
Informações adicionais: http://florabrasiliensis.cria.org.br/stories
Agradecimentos: Aos autores das imagens.
*Todos os esforços foram feitos para creditar as imagens, áudios e vídeos e contar corretamente os episódios narrados nas exposições. Caso encontre erros e/ou omissões, favor entrar em contato pelo e-mail contato@cria.org.br
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