Do CRIA - Centro de Referência em Informação Ambiental
Fernando B. Matos
Araucaria mirabilis (fóssil) (10 de junho, 2011), de James St. JohnFonte original: Wikimedia Commons
Fóssil vivo
Poucas plantas apresentam aparência mais pré-histórica do que aquelas do gênero Araucaria. O registro fóssil mostra que os seus representantes sobreviveram aos dinossauros e quase não sofreram mudanças nos últimos 200 milhões de anos.
Seus ramos são cobertos por folhas coriáceas e pontiagudas, sendo que as árvores não soltam folhas, mas sim ramos inteiros.
Algumas espécies têm copas em forma de candelabro ou umbela
mas a maioria possui copas mais colunares ou em formato de cone.
Distribuição de Araucaria (04 de dezembro, 2007), de Lutz KunzmannFonte original: Semantic Scholar
As araucárias pelo mundo
Atualmente, o gênero apresenta 20 espécies que ocorrem em áreas isoladas do Hemisfério Sul, sendo que a Nova Caledônia abriga mais da metade dessas espécies.
Araucaria angustifolia in Brazil (09 de maio, 2015), de Everson José de Freitas PereiraFonte original: Wikimedia Commons
Pinheiro-brasileiro
No Brasil existe a Araucaria angustifolia, também conhecida como Pinheiro-brasileiro ou Pinheiro-do-Paraná.
Trata-se de uma espécie encontrada principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil, com pequenas populações na Argentina e no Paraguai.
Flora Brasiliensis: Vol. I, Part I, Fasc. See Urban Plate 5 (1906)CRIA - Centro de Referência em Informação Ambiental
Araucária na Flora Brasiliensis
Durante sua célebre viagem pelo Brasil (1817-1820), o botânico von Martius passou por diversos trechos com araucárias. Detalhes sobre essas passagens encontram-se no primeiro volume da Flora Brasiliensis.
Vol. I, Part I, Fasc. See Urban Plate 39 (1906)CRIA - Centro de Referência em Informação Ambiental
A gravura anterior (litografia n. 5) ilustra como eram os Campos Gerais de São Paulo, enquanto a gravura desta tela (litografia n. 39) mostra uma floresta primeva de Minas Gerais.
August Wilhelm Eichler (1839-1887)
O tratamento taxonômico de Araucariaceae da Flora Brasiliensis ficou ao encargo do botânico alemão August Wilhelm Eichler e foi publicado em 1863.
Eichler e a araucária
Eichler reconheceu uma única espécie de Araucariaceae para o Brasil, sob o nome de Araucaria brasiliana.
Estruturas reprodutivas
Famoso por seus estudos comparativos com as flores de angiospermas, Eichler também descreveu em detalhes as estruturas reprodutivas da araucária.
Pinhas ou pinhões
Geralmente, a produção de estróbilos femininos (também conhecidos como pinhas) se inicia por volta dos 15 anos de idade. Cada pinha demora até 2,5 anos para estar madura e pode conter entre 10 e 150 sementes (também conhecidas como pinhões).
Papagaio-charão, de Haroldo Palo Jr.Fonte original: Papagaios do Brasil
Pinhões como fonte nutritiva
Os pinhões são uma valiosa fonte de alimento para diversas espécies de aves e mamíferos, como gralhas, papagaios, porcos-do-mato, roedores e bugios. Além disso, estima-se que a espécie esteja perdendo aproximadamente 3.400 toneladas anuais de sementes para o consumo humano.
Araucarias in Paraná (1884), de Marc FerrezFonte original: Instituto Moreira Salles
Os homens e a araucária
Mas o impacto negativo dos homens sobre a araucária vai muito além disso, pois a busca frenética por madeira já destruiu 97% de sua cobertura original, que era de 200.000 km² na época em que Martius esteve no Brasil.
Madeireira Lumber (1918), de DesconhecidoFonte original: História de Três Barras
Ameaçadas de extinção
Desmatamentos e mudanças climáticas continuam sendo sérios riscos à espécie, o que segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) coloca a espécie em Perigo Crítico de Extinção.
Mudas de Araucaria, de DesconhecidoFonte original: Green School
Conservação pelo uso
Mais recentemente, governos, setor privado e sociedade civil têm se esforçado para mudar esse cenário. Algumas iniciativas seguem no sentido de estimular novos plantios e a possibilidade de usos e geração de renda com a espécie. A chamada "conservação pelo uso".
Floresta com Araucaria (28 de abril, 2014), de Ana TaemiFonte original: Wikimedia Commons
O futuro da Araucária
A geração de serviços ambientais representa uma possibilidade real de fazer frente à destruição. A criação de novas Unidades de Conservação e manutenção daquelas já existentes também são essenciais para a preservação da espécie. O futuro da Araucária está em nossas mãos!
Pesquisa e redação: Fernando B. Matos (CRIA)
Montagem: Fernando B. Matos (CRIA)
Revisão: Luiza F. A. de Paula (UFMG/CRIA); Renato De Giovanni (CRIA)
Referências: Flora Brasiliensis (http://florabrasiliensis.cria.org.br/opus); Viagem pelo Brasil (https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/573991)
Informações adicionais: http://florabrasiliensis.cria.org.br/stories
Agradecimentos: Aos autores de todas as imagens utilizadas na história.
*Todos os esforços foram feitos para creditar as imagens, áudios e vídeos e contar corretamente os episódios narrados nas exposições. Caso encontre erros e/ou omissões, favor entrar em contato pelo e-mail contato@cria.org.br
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