Do Instituto Moreira Salles
A vida e a obra da compositora brasileira Chiquinha Gonzaga (1847-1935).
Esta exposição conta sobre a vida e a obra da compositora Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Pioneira, rompeu as barreiras de gênero, firmando-se como a primeira mulher a ter seu nome entre os principais criadores da música brasileira.
Nasce uma pioneira
Filha de militar de alta patente e negra alforriada, Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de outubro de 1847. Recebeu do pai educação digna de uma sinhazinha da corte. Além de escrever, ler e fazer cálculos, estudar o catecismo, aprendeu a tocar piano. Desde muito cedo, a vocação para a música se manifesta, e, aos 11 anos, escreve a primeira peça para a festa de Natal.
Eu sou Chiquinha Gonzaga (2017), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Até que a musica nos separe
Aos 16 anos Chiquinha se casa com um promissor empresário, escolhido pelo pai. O marido não gostava de música e encarava o piano como seu rival. Inquieta e determinada, Chiquinha abandona o casamento ao se apaixonar por outro homem. O escândalo resultou em ação judicial de divórcio perpétuo movida pelo marido no Tribunal Eclesiástico, por abandono do lar e adultério. Desassistida também pelo pai, aos 18 anos, Chiquinha precisa dar aulas de piano para sobreviver.
Divórcio e Atraente (2017), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Atraente...
Sua primeira obra publicada é a polca Atraente, datada de 1877, um sucesso que, em poucos meses, chegou à 15ª edição.
Atraente (Chiquinha Gonzaga) Espetáculo com Clara Svener (2017), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Chiquinha Gonzaga (Acervo IMS/SBAT) (1894)Musica Brasilis
Querida por todos
Quando se vê obrigada a sobreviver da música, após duas mal sucedidas uniões conjugais e o afastamento da família, passou a integrar o conjunto liderado por Joaquim Callado, o pai do choro, que lhe dedicou a peça "Querida por todos".
Chiquinha Gonzaga com 47 anos e seu famoso broche dourado e a medalha recebida do governo francês.
A Maestrina Abolicionista
A determinação e coragem faziam-na participar das grandes lutas sociais do seu tempo, das quais a principal era em prol da abolição da escravatura. Chegou a vender partituras de porta em porta para angariar fundos para a causa.
A maestrina abolicionista (2017), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Chiquinha Gonzaga (Acervo IMS/SBAT)Musica Brasilis
Chiquinha Gonzaga com sua orquestra.
O Abre Alas
Já era artista consagrada quando compôs, em 1899, na virada do século, a "marcha-rancho" Ó Abre Alas, que se transformou em hino do carnaval brasileiro.
O abre alas (2017), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Forrobodó
Chiquinha Gonzaga musicou dezenas de peças de teatro nos gêneros os mais variados. Em 1912 estreia a opereta Forrobodó, cujo sucesso se repetiu em 1.500 representações consecutivas.
First page of the musical score of 'Forrobodó', handwritten (Acervo IMS/SBAT) (1911)Musica Brasilis
Forrobodó (2011), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Corta Jaca no Catete
Em 1914, o tango de sua autoria - Gaúcho - foi tocado pela primeira-dama do país, Nair de Teffé, em recepção oficial no Palácio do Catete, o que causou escândalo, mas redimiu os gêneros populares.
Gaúcho (2017), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Meus direitos de autora
Como autora de músicas de sucesso, sobretudo pela divulgação nos palcos populares do teatro musicado, Chiquinha Gonzaga sofreu exploração abusiva de seu trabalho, o que fez com que tomasse a iniciativa de fundar, em 1917, a primeira sociedade protetora e arrecadadora de direitos autorais do país, a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat).
SBAT (2017), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Abram os céus
Atravessou a velhice ao lado de Joãozinho - João Batista Fernandes Lage -, 36 anos mais jovem. Deve-se a ele, que adotou o nome de João Batista Gonzaga e passava por filho adotivo, a preservação do acervo da compositora. Chiquinha Gonzaga faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de fevereiro de 1935, aos 87 anos de idade.
Capas de partituras (2018), de Musica BrasilisMusica Brasilis
Esta exposição foi realizada a partir de conteúdos do Instituto Musica Brasilis e do Instituto Moreira Salles
Curadoria: Rosana Lanzelotte
Edição: Carol Gomes e Bia Gomes: Integrar
Vídeos extraídos dos espetáculos do II Circuito BNDES Musica Brasilis (2011) e VIII Circuito Musica Brasilis (2017)
Vídeo final (capas de partituras): Dani Ferrari
Legendas dos vídeos: Joe Cortez
Vídeos:
Falas Chiquinha Gonzaga - Helena Varvaki (atriz), Filomela Chiaradia (textos), Manoel Prazeres (direção cênica)
“Atraente” - Clara Sverner (piano)
"Entra firme, seu Manduca" da opereta Forrobodó (Lício Bruno (barítono) - Camerata Musica Brasilis - regência Ricardo Kanji)
“Gaúcho” - José Staneck (harmônica), Marina Spoladore (piano), Ricardo Santoro (violoncelo)
Imagens: Acervo Instituto Moreira Salles
Agradecimento: Edinha Diniz
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