Cildo Meireles no Inhotim

Redimensões do olhar

Inmensa Inmensa (1982/2002), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Mediação em ponto: Introdução
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Inmensa Inmensa (1982/2002), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Cildo Meireles no Inhotim: redimensões do olhar

O Instituto Inhotim surpreende pela sua dimensão espacial, pela grandeza dos seus jardins e pela diversidade de obras de arte contemporânea que compõem seu acervo. Pensando na disposição das obras de vários materiais e proporções distribuídas neste espaço, convidamos você a experimentar esta exposição — que enfatiza a relação de escala presente nos trabalhos de Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948), um dos artistas mais relevantes da arte contemporânea em atividade. Suas obras frequentemente questionam e trabalham com sistemas de medida, circuitos e coleções. Inspirados por esta atitude questionadora do artista, propomos um trajeto que percorre desde uma de suas obras de menor escala até uma das maiores e mais antigas esculturas instaladas nos jardins do Inhotim.

Inmensa Inmensa (1982/2002), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Mediação em ponto: Cildo Meireles no Inhotim
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Camelô Camelô (1998/1998), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Pequenas memórias

O percurso começa com uma obra pequenina, mas de grande valor afetivo para o artista. O trabalho — com menos de 10 centímetros de altura — ocupa um canto iluminado da sala. É preciso abaixar-se para ver a obra "Camelô", 1998, em que Cildo Meireles resgata uma memória de infância, quando acompanhava o pai nas viagens ao Rio de Janeiro (Brasil). Na obra, também vemos um boneco que se movimenta e convida o espectador a se aproximar, assim como fazem os vendedores do centro da cidade. Aqueles camelôs, com seus tabuleiros repletos de produtos pequenos e simples, como alfinetes e barbatanas de camisa, intrigavam o artista.

Camelô Camelô (1998/1998), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Mediação em ponto: "Camelô" (1998) - Pequenas memórias
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"Como uma pessoa podia viver vendendo algo tão insignificante como alfinete ou uma barbatana? E por trás daquilo tudo havia chaminés, operários, muita gente envolvida na produção desse nada."
Cildo Meireles

Zero centavo (1974/1978), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Tamanho e valor

Seguindo nosso percurso sobre as obras de Cildo Meireles expostas no Inhotim, trazemos um dos grandes temas abordados pelo artista: a circulação. Nos dois trabalhos a seguir, Meireles intervém nas unidades de medida de valor — a moeda e a cédula de dinheiro —, elementos tão populares e que perpassam todas as classes da sociedade. Pequenos objetos com grande alcance são percebidos como possibilidades de disseminação de informações ou críticas à sociedade.

Zero cruzeiro (1974/1978), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Mediação em ponto: Tamanho e valor
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Inserções em circuitos ideológicos: Projeto Coca-Cola (1970/1970), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Inserções em circuitos ideológicos

O artista investigava mecanismos de circulação e concebeu dois projetos que foram exibidos pela primeira vez na exposição "Information" no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1970: "Inserções em circuitos ideológicos 1- Projeto Coca-Cola e 2- Projeto cédula". Ambos consistiam em gravar informações nos objetos de grande circulação e depois devolvê-los ao circuito, propagando as mensagens a um público amplo e de grande alcance. E hoje, que sistemas de circulação utilizamos? E quais mensagens poderíamos popularizar?

Mediação em ponto: "Inserções em Circuitos Ideológicos" (1970)
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Detalhe da intervenção feita pelo artista nas garrafas retornáveis. A maior potência do trabalho acontece quando as garrafas estão em circulação.

Inserções em circuitos ideológicos: Projeto cédulas (1970/1976), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Ainda com o princípio de propagação para um público amplo, cédulas eram carimbadas com mensagens de teor político e devolvidas à circulação.

Espaços virtuais: Cantos nº VI (1967/2005), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Escala real, espaços virtuais

Numa série de desenhos feitos entre 1967 e 1968, Cildo Meireles estudava as variações do encontro entre paredes e piso no espaço doméstico. Posteriormente, os desenhos ganharam forma em ambientes escultóricos em escala real. "Espaços virtuais: Canto nº VI" desafia o espectador a entender a perspectiva movimentando-se em torno da obra e percebendo a virtualidade do espaço, como você pode perceber no detalhe da obra ao lado.

Mediação em ponto: Escala real, espaços virtuais
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Glove Trotter Glove Trotter, detalhe (1991/1991), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Tamanhos e sensações

Três instalações de grandes proporções estão expostas permanentemente na Galeria Cildo Meireles no Instituto Inhotim. Podemos entender as três obras de arte apresentadas aqui como três coleções de objetos de tamanhos variados e organizados de maneira inesperada. Elas proporcionam sensações diversas e convidam o espectador a movimentar o próprio corpo para experimentar as obras. Visitando a galeria, você pode conhecer "Glove Trotter", "Desvio para o vermelho" e "Através".

Glove Trotter Glove Trotter (1991/1991), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Mediação em ponto: "Glove Trotter" (1991)
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Em Glove Trotter, 1991, percebe-se a noção de escala representada pelas esferas de diversos tamanhos bem próximas ao chão. Elas podem ser observadas através da malha de aço, que, ao mesmo tempo, traz unidade para a coleção e encobre as esferas. O manto de aço também aumenta a dimensão da obra para além do tamanho individual de cada esfera.

Desvio para o vermelho Desvio para o vermelho (1967/1984), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Se na obra anterior Meireles nos convida a perceber a infinitude que se espalha pelo chão, em "Desvio para o vermelho", 1967-1984, o artista nos chama a adentrar uma sala de estar inteiramente impregnada pela cor vermelha. Aqui, a noção de coleção se dá pela quantidade de itens que se concentram no ambiente. Móveis, enfeites, utensílios domésticos e obras de arte. Você consegue reencontrar alguma obra de Cildo Meireles dentro desta sala?

Desvio para o vermelho Mapeamento de obras do Desvio para o vermelho, Da coleção de: Instituto Inhotim
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Mapeamento da coleção de obras de arte que fazem parte do primeiro ambiente da instalação, "Desvio para o vermelho I: Impregnação".

Desvio para o vermelho Mapeamento de obras do Desvio para o vermelho, Da coleção de: Instituto Inhotim
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Desvio para o vermelho Desvio para o vermelho (1967/1984), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Mediação em ponto: "Desvio para o vermelho" (1967-1984)
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Na sala impregnada pelo vermelho, a escala de medida dos objetos é a do corpo, que também é dominado pela cor. Este é o primeiro dos três ambientes que compõem a obra. O circuito nos convida a virar à esquerda e descobrir o próximo espaço.

Desvio para o vermelho Desvio para o vermelho II: Entorno (1967/1984), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Em Desvio para o vermelho II: Entorno, uma garrafa entorna muito mais líquido do que poderia comportar e nos leva para o último ambiente.

Desvio para o vermelho Desvio para o vermelho III: Desvio (1967/1984), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Em Desvio para o vermelho III: Desvio, vê-se um pia iluminada derramar um líquido vermelho. Perto ou longe? A que distância está essa pia?

Através Através (1983/1989), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Em "Através", 1983-1989, a organização dos objetos permite uma inesperada mistura de barreiras e elementos do cotidiano. Nessa instalação, o espectador se depara tanto com pequenos objetos que interferem na sua passagem — como cacos de vidro ­— quanto com obstáculos muitas vezes maiores que o próprio corpo humano.

Através Através, detalhe (1983/1989), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Mediação em ponto: "Através" (1983-1989)
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Através Através, detalhe (1983/1989), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Inmensa Inmensa (1982/2002), de Cildo MeirelesInstituto Inhotim

Maiores-menores

A obra que finaliza este percurso é "Inmensa", 1982-2002: uma grande estrutura de aço em que "coisas cada vez maiores se apoiam sobre coisas cada vez menores" e se equilibram em meio à imensidão do jardim do Instituto Inhotim.

Créditos: história

Esta exposição foi criada especialmente para o Google Arts & Culture em setembro de 2017.
Boa parte dos trabalhos aqui reunidos está em exposição permanente no Inhotim.
Veja mais da coleção e planeje sua visita em: www.inhotim.org.br.

Créditos: todas as mídias
Em alguns casos, é possível que a história em destaque tenha sido criada por terceiros independentes. Portanto, ela pode não representar as visões das instituições, listadas abaixo, que forneceram o conteúdo.
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