Marta, rainha do futebol

A expressão, difundida nos anos 1970, após a seleção brasileira de futebol vencer três Copas do Mundo, não deixava espaço para argumentos.

Com as mulheres, a coisa é diferente. Sem muito apoio, enfrentando um descrédito machista e misógino da sociedade, elas precisaram —e ainda precisam— de espaço, apoio e investimento, mas não de talento.

O Brasil tem e teve jogadoras de nível mundial, como Miraildes Mota (a Formiga), Mariléa dos Santos (conhecida como Michael Jackson), Cristiane, Maurine, Bárbara, Andressa, Tamires… e, também, a maior delas,  Marta.

Para se ter uma ideia de seu valor e prestígio, Marta já foi eleita por seis vezes a melhor jogadora do mundo. O argentino Lionel Messi só superou este feito em 2023, quando chegou ao sétimo troféu.

Ela também é a maior artilheira em Copas do Mundo, com mais gols que o alemão Miroslav Klose (17 x 16). Marta, inclusive, tem mais gols que Pelé pela seleção brasileira. É a única jogadora de futebol que tem um espaço só seu na calçada da fama do Maracanã.

Não é pouco, mas ainda falta. Não para ela, mas para o futebol feminino brasileiro. E Marta é sua maior defensora e divulgadora. Já jogou em clubes do Brasil, da Suécia e dos Estados Unidos, onde defende o Orlando Pride.

Alternou-se entre clubes americanos e suecos desde então, com uma breve passagem de cinco meses pelo Santos, quando venceu a Copa Libertadores e a Copa do Brasil, em 2010. Em todos os clubes pelos quais jogou, Marta levantou taças.

Em 2018, tornou-se embaixadora da Boa Vontade pela ONU, com atuação voltada para as mulheres e as meninas no esporte. Marta é inspiração para jovens atletas do mundo todo. Sua influência não se restringe ao futebol e muitas vezes até transcendendo o âmbito desportivo.

Com a seleção brasileira, Marta venceu os Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007), foi vice-campeã olímpica (2004 e 2008) e chegou à final da Copa do Mundo de 2007, sendo derrotada pela Alemanha.

Mesmo assim, ela foi artilheira da competição e autora do gol eleito o mais belo do torneio.

Na Copa do Mundo de 2023, disputada na Austrália e na Nova Zelândia, Marta esteve presente, mas como reserva. O Brasil foi eliminado precocemente na primeira fase e ela foi uma das mais requisitadas para declarações e explicações sobre o fracasso.

Falou o que sempre fala, desde o início da carreira: que o esporte precisa de incentivo, espaço e valorização, com melhores salários e condições de trabalho.