Foi entre os Kadiwéu que Darcy Ribeiro realizou sua primeira pesquisa de campo, entre os anos de 1947 e 1948, logo após ingressar como etnólogo na Seção de Estudos do Serviço de Proteção aos Índios - SPI. Darcy ficou conhecido entre eles como Bet’rra-yegi ("Doutorzinho", em português), por sua suposta relação de parentesco com o etnólogo italiano Guido Boggiani (Bet’trra), que vivera entre os Kadiwéu no final do século XIX.
Índigena Kadiwéu com pintura facial e escarificação dentária, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Os Kadiwéu
Em 1947, quando Darcy esteve pela primeira vez entre eles, os Kadiwéu totalizavam 235 pessoas, distribuídas em três aldeias. Atualmente, são cerca de 1.600 pessoas vivendo na Terra Indígena Kadiwéu, situada no Mato Grosso do Sul.
Mulher Kadiwéu idosa chamada Anoã com pintura facial (MS/1947), de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Grupo de índias Kadiwéu em dia de festa, com adjulate e adorno de tornozelos, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Grupo de índias Kadiwéu em dia de festa, com adjulate e adorno de tornozelos (detalhe), de Darcy RibeiroMuseu do Índio
As fotografias de Darcy são imagens diretas, cândidas, retratos na sua maioria bem resolvidos. O resultado é um rico painel da dimensão humana dos povos indígenas com os quais conviveu, em que se destaca a relação fraternal intensa, que o ligava aos seus interlocutores, traço que define o seu modo singular de fazer Antropologia.
Mulher Kadiwéu chamada Arminda, com pintura facial, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Capitão Lauriano com sua filha adotiva no colo, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Criança Kadiwéu com pintura facial, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Criança Kadiwéu com escarificação dentária e pintura facial, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Mulheres e crianças Kadiwéu, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Darcy dizia que foi com os Kadiwéu que aprendeu muito das sutilezas da etnografia. Em suas fotos, é possível perceber a sua busca pela intimidade indígena, cujo alcance é, a seu ver, a condição para o que ele define como a máxima aspiração da Antropologia: ver o mundo com os olhos do povo que estuda.
Mulher que acompanhava uma expedição de caça trançando um cesto com palha carandá (MS/1947), de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Preparação de patas de onça (MS/1947), de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Índia Kadiwéu chamou Amokoná descansando na varanda da sua casa, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Mulheres indígenas da aldeia Tomazia olhando gravuras do livro de Guido Boggiani sobre os Kadiwéu, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Um antropólogo que fotografa busca captar o permanente no transitório, um costume de séculos no gesto de um instante. Darcy transita entre esse ideal de objetividade e a experiência pessoal que estava vivendo. O clique de sua câmera superpõe o fato científico e o momento humano.
Salvador, indígena do povo Terena que convivia com os Kadiwéu, tomando chimarrão, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Indígenas do povo Guarani Kaiowá em frente à casa e escola do Posto Indígena do SPI no território Kadiwéu, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Grupo familiar de indígenas Kadiwéu, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Família do líder Kadiwéu João Príncipe - MS/1947 (à esquerda) e participante da dança ritual vestindo xiripas - MS/1947 (à direita), de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Trecho de uma carta enviada por Darcy Ribeiro, em 26 de julho de 1948, a Herbert Serpa, diretor da Seção de Estudos do Serviço de Proteção aos Índios (SPI)
Grafismos Kadiwéu coletados por Darcy Ribeiro.
Dança ritual ao som de caixa e pife (MS/1947), de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Trechos de cartas enviadas por Darcy Ribeiro ao SPI, de Darcy RibeiroMuseu do Índio
Essa é a Parte 2 de 4.
Continue na Parte 3: Os Ofayé
Exposição física realizada originalmente realizada entre 23 de novembro a 30 de dezembro de 2010 na Caixa Cultural do Rio de Janeiro:
Coordenação geral e curadoria
Milton Guran
Produção Executiva
SAMI - Sociedade dos amigos do Museu do Índio
Projeto expográfico e design visual da exposição
Jair de Souza Design
Produção e programação visual
Melanie Guerra
Produção de expografia e montagem
Joana Mazza e Paulo Duque Estrada
Equipe de montagem
Paulo Duque Estrada e Kazuhiro Bedim
Cenotécnica
Dorival Queiroz
Tratamento de imagem
Joana Mazza, Daniel Bokelmann e Branca Mattos
Textos
Milton Guran e Fabio Maciel (Museu do Índio)
Pesquisa
Fabio Maciel e equipe do Museu do Índio
Assistente de pesquisa
Katharina Essus
Versão virtual adaptada à plataforma Google Arts & Culture
Design e concepção gráfica
Ana Carolina Aleixo
Pesquisa adicional
Equipe do Serviço de Referências Documentais do Museu do Índio
Montagem
Equipe de comunicação do Museu do Índio
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