Oratório Namban

Pequeno altar cristão resultante da influência dos "Namban Jin" no Japão

Oratório Namban Oratório NambanMuseu do Oriente

Oratório Namban 

Japão, período Momoyama | Edo (final do século XVI | início do século XVII). Madeira lacada (urushi), laca dourada (maki-e), madrepérola (raden) e cobre dourado (ferragens). Pigmentos sobre madeira (pintura)

Oratório Namban Oratório Namban (fechado)Museu do Oriente

Namban é uma forma de arte que se desenvolveu no Japão entre os séculos XVI e XVII, e que resultou dos contactos com os “Namban Jin” ou “bárbaros do sul”, ou seja, primeiramente os portugueses.

Oratório Namban Oratório NambanMuseu do Oriente

A pequena dimensão desta peça possibilitava a mobilidade do espaço sagrado para qualquer lugar no mundo, facilitando assim a transmissão da mensagem cristã. Este Oratório insere-se no grupo de peças que podem ser filiadas na escola jesuíta de pintura à maneira ocidental, iniciada no Japão na década de 80 do século XVI.




Oratório Namban Oratório Namban (período Momoyama / Edo, final do século XVI - início do século XVII) de autoria desconhecidaMuseu do Oriente

Construído em madeira com aplicação de laca (urushi) e incrustações de madrepérola (raden), este Oratório é encimado por painel horizontal ligeiramente convexo. Na parte inferior, duas portas de batente protegem a imagem central.

Oratório Namban Oratório Namban (fechado)Museu do Oriente

Decoradas a laca dourada (maki-e), no exterior estão representadas aves e árvores (cameleiras japonesas e paulónias) enquadradas por uma faixa de madrepérola e uma faixa simples enxaquetada (ishitatami). 

Oratório Namban Oratório Namban (período Momoyama / Edo, final do século XVI - início do século XVII) de autoria desconhecidaMuseu do Oriente

No interior, os motivos naturais remetem igualmente para espécies locais: tangerineiras (tachibana) e cerejeiras (sakura), emoldurados por faixas com aplicação de madrepérola e de laca dourada. 

É evidente o sincretismo artístico e cultural desta peça, cuja pintura central – um óleo sobre madeira – representa São José com o Menino ao colo. Os lírios representam, simbolicamente, a virgem Maria. 

Curiosamente, a fisionomia de São José apresenta traços orientais, aureolado por nimbo poligonal estrelado de 8 pontas.

Estilisticamente a composição pode integrar-se tanto na escola de pintura Hispano-Flamenga, como no seminário de pintura patrocinado pela Companhia de Jesus em território japonês. 


Na iconografia de São José, o lírio é muitas vezes apresentado. Representa a escolha de Deus para pai de Jesus, tendo-se tornado num símbolo de pureza e, como tal, de Maria.

(Fonte: Livros Apócrifos)

Créditos: história

© Fundação Oriente - Museu do Oriente

CURVELO, Alexandra, “Oratório Namban”, In, Presença Portuguesa na Ásia. Testemunhos, Memórias, Coleccionismo, 2008, pp. 127-128

Fotografia: Hugo Maertens, BNP Paribas

Créditos: todos os meios
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