A instalação foi originalmente criada pelo artista, em 2004, em São Paulo, mas nunca exposta até a mostra “Feito por Brasileiros”. Combina escultura e vídeo a partir de um roteiro de filme de terror que o artista escreveu e dirigiu com o diretor americano Gary Breslin. Draeger conheceu o diretor/ator Zé do Caixão, verdadeira lenda viva do cinema de horror brasileiro. No filme, um jovem estudante de arquitetura (Caio) e sua namorada (Paula) visitam um edifício modernista abandonado. Ele desaparece depois de se encontrar com adeptos de macumba em plena celebração dedicada a Exu, espírito de origem africana Iorubá, que vem a ser o orixá central do candomblé brasileiro e é também encontrado no voodoo. Demonizado pela cultura e religião ocidental, Exu é o mensageiro entre os mundos material e espiritual. Considerado o espírito de comunicação, ele também é o guardião das cidades, das casas, das construções do homem e de seu comportamento. É para Exu que se faz a primeira oferenda. Com este trabalho, a produção artística de Draeger vai além da instalação de cinema. Afinal, o altar é autêntico, está adornado com objetos de culto verdadeiros e tudo segue as regras ritualísticas do candomblé. Graças a Exu, o artista faz uma veemente contribuição referente às problemáticas da espacialização da imagem e do vídeo. Também levanta a questão do poder do trabalho transcultural contemporâneo capaz de exorcizar velhos demônios de algumas culturas ocidentais.
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