Com sua intervenção de corte, pintura e colagem sobre as fotografias, o artista detona um processo de desconstrução da pose que, afinal, já estava em pleno andamento nos anos 1930, quando o conceito do instantâneo fotográfico começa a ser aplicado ao retrato. Entre as imagens escolhidas, aparecem esses instantâneos da vida social e cotidiana francesa, cenas ao ar livre: um casal passeia num campo; um grupo de pessoas em uma calçada; crianças brincam em um banco de areia. A natural desorganização com que os personagens se distribuem nesses quadros denuncia que eles não posaram ao longo de um minuto inteiro para as câmeras, mas foram captados durante ou em uma breve pausa de suas atividades. Julio Villani é dono de uma arte tipicamente contemporânea, que cruza fronteiras geográficas e idiomáticas. Seu trabalho reúne técnicas e suportes diversos como papéis administrativos (documentos de cartórios, fotografias de casamentos e comunhões), com um ponto em comum: a exploração do outro lado das coisas, como se o verso e o reverso da arte se equivalessem.
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