“Uma palmeira plantada em uma cidade não é nada mais que um símbolo de uma natureza, escrava e mutável, na dependência das necessidades do desenvolvimento dos serviços urbanos. Mas o que resta de seu crescimento, das agressões as quais é submetida e o que acontece em seu entorno?” Teruhisa Suzuki Para responder a essa pergunta, o artista propôs nos colocar na “pele da palmeira”. E sentir o que é percebido de seu ambiente, nos colocando na posição de um observador imóvel. Para isso, criou uma extensão da árvore, construindo, ao redor do tronco, uma cabine pinhole, circular, onde podemos entrar. É como se estivéssemos em uma câmera escura com pequenos orifícios através dos quais podemos observar a imagem do mundo invertida. Esse observatório é igualmente um lugar de meditação, um ponto de recreação e de equilíbrio com a natureza. Pode ser também um ponto de comunicação potencial com a árvore para encontrarmos nosso lugar no universo, fazendo dela a junção entre a terra e o céu. No interior da câmera escura, pontilhado de orifícios de luz, tem-se a curiosa sensação mediatriz e visionária que nos reposiciona na simbologia da árvore de luz e da visão de sua dimensão reparadora.