O encontro entre Trindade e este menestrel do Punjab pode ter acontecido num movimentado bazar de Bombaim ou no centro de uma aldeia em qualquer parte da Índia. Como muitos outros músicos itinerantes, este jovem rumou a sul de sua terra natal para recitar e interpretar poesia sufi como meio de subsistência .
O menestrel de Trindade saúda o espectador com um firme olhar, afirmando a sua disponibilidade para entreter o público com o seu folclore. Fazendo-me acompanhar de um tambor na mão direita e uma gandasa, espécie de machado usado na colheita, na mão esquerda. Transporta também uma pequena bolsa de pano, ou potli, sobre o ombro. O seu turbante vermelho e verde e chaddar, ou xaile, e trajes brancos são típicos do Punjab. O jovem anda descalço, manifestando a sua condição menos afortunada e itinerante.
Como em muitos retratos de gente simples, Trindade utilizou fortes contrastes de cores e pinceladas expressivas para dar vida a esta composição. No entanto, a indumentaria e os pés ainda em esboço sublinham a possibilidade de que o artista não tenha concluído sua obra.
Referências: Shihandi, Marcella, et al, António Xavier Trindade: An Indian Painter from Portuguese Goa (catálogo de exposição), Georgia Museum of Art, University of Georgia, 1996.
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