Os primeiros trabalhos de Ângela foram imensamente influenciados pela sua educação ocidental e estética do seu Pai, o conhecido artista António Xavier Trindade (1870-1935). Executado logo após a partição do Punjab, durante o processo de independência da Índia em 1947, numa época em que os músicos itinerantes circulavam livremente por todo o subcontinente, este trabalho é uma cópia de uma antiga aguarela executada por António Xavier Trindade.
O músico itinerante é retratado, não com um mandolim como sugere o título, mas, com o que parece ser um tumbi, um instrumento tradicional com uma corda, suspenso no seu ombro direito está um khartal, um antigo instrumento musical usado sobretudo em canções folclóricas. Vestindo uma kurta tradicional de manga comprida de cores terrosas e um turbante cor-de-laranja, o músico olha sem rodeios para o espectador. O seu olhar desafiador, natural numa pessoa que ganha a vida oferecendo entretenimento, espera um gesto de consentimento para começar sua performance.
Referências: Gracias, Fátima, Ângela Trindade: A Trinity of Colour, Light and Emotion, Fundação Oriente, Panjim, Goa, 2016; Eiland, William U. at all, António Xavier Trindade: An Indian Painter from Portuguese Goa (catálogo de exposição), Georgia Museum of Art, University of Georgia, 1996.