Trata-se de um intervenção direta e sutil no piso de um conjunto de salas do antigo Hospital Matarazzo. A proposta baseia-se em trabalhos anteriores da artista que lidam com o conceito de ruína do tempo e sua materialização. O pó, sempre acrescentado ao espaço, é um material recorrente em suas obras e sua acumulação remete a uma espécie de contagem do tempo. Ao visitar o prédio, abandonado há mais de vinte e cinco anos, a artista observou no chão de todo o edifício, uma camada de sujeira depositada continuamente pelo tempo. Em um gesto invertido, a artista propôs subtrair a poeira do entorno dos cômodos, destacando, assim, a margem do lugar. Os efeitos que suas intervenções causam na ordem dos acontecimentos e nos conflitos do dia a dia são um dos principais focos da obra de Cinthia Marcelle. As performances da artista desafiam o comportamento tradicional através de conexões bem humoradas.