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Ostensório

Autor desconhecidoSéculo XIX

Museu Nacional Soares dos Reis

Museu Nacional Soares dos Reis
Porto, Portugal

A construção deste Ostensório obedeceu a um programa iconográfico, ditado pelo desempenho da sua função litúrgica, centrado no tema da eucaristia.
Uma leitura detalhada a partir da base permite apreender o significado de toda a mensagem implícita nesta obra. O ostensório apoiado em quatro leões de modelação escultórica eleva-se, a partir de uma base em forma de prisma rectangular, com ângulos salientes rematados superiormente por figuras de vulto perfeito: dois anjos turiferários em atitude de purificação e duas figuras femininas com os atributos que simbolizam as virtudes da Caridade e da Esperança, aludindo assim aos valores que devem presidir a vida humana.
Nos faciais do corpo da base enquadram-se quatro cenas biblicas que marcam, entre sí, a concordância dos dois Testamentos. Nos laterias surgem os episódios do Antigo Testamento que relatam o Encontro de Abraão e Melquisedeque e o da Recolecção do Maná no Deserto prefigurando respectivamente a Última Ceia de Cristo e o Milagre de Jesus da Multiplicação dos Pães, temas do Novo Testamento relacionados com a instituição da eucaristia e que são representados nos faciais centrais.
Emergindo de um cálice de folhas lanceoladas, sob a face lisa, surge a haste em forma de tronco de árvore enleada de ramos de videira e cachos de uva, numa implícita alusão à arvore da vida. No topo ergue-se o elemento capital do Ostensório, numa construção arquitectónica de tipo templete que, através do conjunto global dos seus elementos simbólicos, sintetiza toda a mensagem redentora da eucaristía.
No interior do templete, rodeando a base de uma calote esférica, estão figurados os quatro evangelistas através dos seus emblemas: Homem, Leão, Touro e Águia. Sobre esta calote levanta-se um prisma hexagonal truncado, onde em cada uma das suas faces e coincidindo com os emblemas já referidos se representam a Fénix, a Arca da Aliança, o Cordeiro sobre o Livro com os Sete Selos e o Pelicano, estabelecendo entre sí uma relação de leitura simbólica. Sobrepõe-se ao conjunto o viril que guarda a Hóstia Consagrada, circundado de uma glória de raios contínuos que se expandem para o exterior do templete. As colunas em cristal de rocha e a utilização de gemas preciosas, além de completarem a leitura iconográfica pelo sentido da luz, simbolizando "a passagem da antiga criação à nova, a de Jerusalém celestial", imprimem também o carácter de magnificência que acentua a expressão Triunfal que o Ostensório deve transmitir aos fiéis na procissão do Corpus Christi, em concordância com as disposições tridentinas.

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  • Título: Ostensório
  • Criador: Autor desconhecido
  • Data de Criação: Século XIX
  • Dimensões físicas: 820 x 300 x 126 mm
  • Palavras-chave do assunto: Ostensório; Custódia
  • Tipo: Ourivesaria
  • Direitos: ADF/DGPC
  • Material: Prata dourada, ouro (cruz), fundida, cinzelada; rubinites, rubis, esmeraldas, minas novas, zircões, ágatas, rubis rosa, cristal de rocha
Museu Nacional Soares dos Reis

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