Conhecida como “Boca da Noite”, Adelina era escravizada, assim como sua mãe. Dizem que seu pai era senhor de escravos, tinha posses, e prometeu à filha que a libertaria quando fizesse dezessete anos. A promessa não foi cumprida e Adelina permaneceu como escravizada doméstica. Criada na casa-grande, ela estudou por conta própria e aprendeu a ler e escrever. Com o empobrecimento, o pai de Adelina passou a fabricar charutos. Adelina os vendia em um tabuleiro no centro de São Luís. No Largo do Carmo, onde ela tinha clientes estudantes do Liceu, teve oportunidade de participar de manifestações abolicionistas. Entre lendas e memórias, consta que o fato de Adelina conhecer bem as ruas da cidade e as pessoas da região tornou-se seu maior trunfo na luta política. Ela conseguia antecipar ações da polícia, articulava fugas de escravizados e contribuía na manutenção dos povoados quilombolas.
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