Grupo escultórico em chumbo, representando a fuga do herói Eneias do saque da cidade de Tróia. Eneias, em trajes militares, carrega às costas seu pai Anquises, que leva consigo uma estátua de um Penates (deuses do lar considerados depositários e símbolo da “raça troiana”). Junto a ele estão também o filho Ascânio e a mulher Creusa. Esta composição baseia-se no trabalho do artista francês François Girardon, apresentando diferenças na figura de Anquises, Ascânio e Creusa.
A cena remete-nos para a Eneida, poema épico escrito por Virgílio no século I a.C, que relata a saga de Enéias, herói troiano filho de Vénus (Afrodite) e de Anquises, que escapara da guerra de Tróia por vontade de Júpiter (Zeus) carregando o seu velho pai com os penates, e seu filho, pela mão, com a missão traçada pelo destino de fundar uma nova Tróia, símbolo da futura Roma. Na fuga, Eneias consegue salvar o filho, mas não a sua mulher, cuja sorte depois da queda de Tróia varia conforme as tradições. Alguns autores fazem dela uma cativa, outros colocam-na entre os troianos que conseguiram fugir da cidade. Na versão de Virgílio, Creusa desaparece misteriosamente.