Este frontal de altar, antiga propriedade do Mosteiro do Lorvão, é um belo exemplo de cruzamento cultural, combinando temas das chitas indianas, nos painéis, com motivos dos damascos e brocados europeus, na moldura. Os painéis representam em tons de azul, verde e amarelo, sobre fundo branco, uma delicada ramagem com grandes flores de pétalas magníficas, pequenas folhas e frutos, que aves de cauda longa sobrevoam. Na parte inferior desenvolve-se uma paisagem, com pagode de gosto chinês e fauna variada, na qual avultam gazelas, coelhos e patos em movimento. Os frontais de altar feitos de azulejo surgiram na sequência de uma determinação do Cabido de Sevilha, em 1509, desaconselhando o uso de tecidos luxuosos na paramentaria das igrejas.