Frontais de altar eram painéis de azulejo rectangulares que revestiam a parte do altar que estava de frente para os fiéis, imitando ricos panos com os seus bordados e franjas. Este painel tem o pano central tripartido, foi feito em Lisboa cerca de 1650 e tem motivos inspirados nos tecidos importados da China e da Índia, com paisagens exóticas cheias de peónias e outras flores, frutos, veados, macacos, pavões, pássaros e até um pagode chinês, aglomerando-se num espaço acanhado como se houvesse horror ao vazio. Nesta interpretação cristã, a paisagem pretende lembrar o Paraíso. Embora os motivos estejam pintados a azul e verde sobre fundo branco, a cor predominante é a amarela para lembrar a riqueza do ouro dos bordados e das franjas dos tecidos. Uma das características mais originais da azulejaria portuguesa é a capacidade de incluir motivos de outras culturas, juntando-os a elementos de origem nacional ou europeia com novos significados. Estes frontais de altar que começaram a surgir em meados do século XVII são exemplos disso. Produção de Lisboa.