A escultura de madeira de poderosos efeitos visuais, substituiu, nos séculos XVII e XVIII, escultura em pedra que, dominara a produção a partir das oficinas de Coimbra para a diocese de Viseu. A prolixidade de santos e de invocações marianas conquista os altares de capelas públicas e privadas, associadas a um ímpeto de renovação ornamentativa, amplamente noticiado nos Livros de Visitações e de Provisões do Cabido da Sé de Viseu.
As figuras do Anjo e da Virgem da Anunciação, vindas Paço Episcopal do Fontelo, do início do século XVII, enunciam a ortodoxia do sistema tridentino, na imobilidade figurativa dos gestos e na serenidade celestial dos rostos, fixando um episódio evangélico exemplar, a Anunciação, onde se percebe uma forte intenção catequética.