Essa obra pertence a um conjunto de 30 peças do artista multimídia Otávio Roth (1952-1993), que expressam graficamente o conteúdo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). As obras foram produzidas em pulp painting e guache, sendo cada peça impressa em papel artesanal confeccionado pelo próprio artista. Movido pelo desejo de democratizar o acesso à Carta, Otávio Roth sintetizou sua mensagem em obras gráficas que facilitam a compreensão e memorização de seu conteúdo.
Roth foi o primeiro artista convidado a expor em vida nas Nações Unidas. Suas gravuras estão em exposição permanente nas sedes da ONU em Nova Iorque, Genebra e Viena desde 1981. Além da série em inglês (xilogravura) e português (técnica mista), o artista produziu outras séries em japonês, francês, espanhol, norueguês e dinamarquês, em técnicas diversas como crayon e aquarela.
Descrição da obra
Quadro retangular na vertical, com fundo branco. Acima o desenho estilizado de uma pessoa verde de braços abertos, com um desenho de coração vermelho no peito. Abaixo do desenho, a transcrição do artigo 6 da Declaração Universal dos Direitos Humanos em letras amarelas e laranjas: "Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica."
Sobre o Artigo 6
Cerca de um quarto da Declaração é dedicada a direitos humanos legais. Os artigos 6 até o 11 são relacionados, e focam em alguns dos direitos civis e políticos que todos os humanos devem esperar. O Artigo 6 em si, no entanto, se aplica a um espectro inteiro de direitos. Se um indivíduo não é reconhecido “como uma pessoa sob a lei”, diversos direitos, incluindo nas esferas sociais e econômicas, podem ser ameaçados. O Artigo 6 entrou em foco com o fenômeno dos desaparecimentos forçados ou involuntários — a prática comum em ditaduras de deter e assassinar pessoas, deixando para trás familiares incapazes de conhecer o destino de seus entes queridos.