Painel de Azulejos

Esta peça evoca as principais características da obra de Bela Silva como seja a importância do desenho e as referências a imaginários fantásticos, como o da infância ou das pinturas de Bosch. Um universo marcado pela sátira, o humor e a boa disposição, mas fortemente ancorado em referências à Historia da Arte e às Artes Decorativas, nomeadamente à História do Azulejo. Nesta obra evidencia-se uma perceção de sumptuosidade sublinhada pela grande vibração cromática, especialmente marcante no contraste entre a barra e a reserva central onde estão representadas um centro de mesa e duas jarras. Estes elementos, profusamente decorados com ornamentos herdeiros do maneirismo e do barroco são pontuados por pormenores satíricos. O emolduramento está povoado por volutas, cadeiras, sapatos ornamentados e ainda macacos com óculos ou mulheres figuradas em pequena escala de modo a interagirem com animais como o caranguejo, o sapo ou o lagarto. Curiosamente foi quando se encontrava distante de Portugal, estudando no Art Institute of Chicago que, em 1993, Bela Silva redescobriu o azulejo, por influência de um professor. No entanto, contactara já com a matéria cerâmica pela frequência do curso de Escultura da Escola de Belas Artes de Lisboa, onde se licenciou em 1992, aprofundando esta experiência na frequência do Curso de Cerâmica no Ar.Co. – Centro de Arte e Comunicação Visual.