Em 1876, o inglês Henry Wickham, conhecido como o “caçador de plantas”, voltou do Brasil para a Inglaterra levando consigo uma espécie da família da seringueira. O látex da árvore é usado na Amazônia desde os tempos pré-colombianos, no entanto, foi somente a partir do retorno de Wickham para Kew Garden que o material passou a ser utilizado na indústria europeia e, mais tarde, em escala mundial. Atualmente, o descarte da borracha é um problema ambiental. Black Palm é a reunião dessa ideia, um trabalho desenvolvido pelo homem que volta a assombrá-lo. Black Palm marca a aparição de uma nova espécie, uma assombração escura. A instalação é construída a partir de carcaças de pneus explodidos achados nas ruas. Os pneus explodem em tiras revelando o agressivo fio de aço utilizado na manufatura dos mesmos. O artista não interfere no material, ele o utiliza da maneira que o encontrou descartado, jogado nas ruas e estradas. Em sua obra, Douglas White provoca o significado e o poder que vem da destruição do cotidiano e explora a estética e as possíveis narrativas sobre os materiais que são descartados como árvores que foram atingidas por raios, como pneus explodidos, lixeiras de reciclagem vandalizadas e cactos mortos.