João Baptista Ribeiro Lisboa, Portugal, 1824 Óleo sobre tela 213 x 146,5 cm Assinado e datado: “João Baptista Ribeiro pintou em 1824 Lisboa”
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Detalhes
Título: D. Carlota Joaquina, Rainha de Portugal
Descrição detalhada: Retrato de aparato da rainha D. Carlota Joaquina, de corpo inteiro, sentada num majestoso cadeirão de espaldar alto, encimado pela coroa real. Enverga um vestido comprido com a Cruz da Ordem de Malta bordada no peito. Ostenta ainda a placa da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, a Ordem da Cruz Estrelada da Áustria, a Ordem das Damas Nobres de Santa Isabel, de que foi fundadora, e as respetivas bandas.
O cadeirão dourado em que se senta D. Carlota Joaquina é igual – salvo na figura mitológica feminina do medalhão oval – ao cadeirão representado no retrato de D. Pedro como "General do Exército Libertador" (Biblioteca Pública Municipal do Porto), também executado por João Baptista Ribeiro, em 1833, durante o cerco do Porto. Trata-se de duas cadeiras-trono semelhantes ao par que ainda hoje se encontra exposto num dos estrados da Sala dos Embaixadores de Queluz, a que falta no entanto o remate em forma de coroa (existindo ainda o orifício onde este encaixava). O Inventário do Palácio de Queluz de 1851 refere a existência na Sala dos Embaixadores de “quatro ricas cadeiras de braços, douradas com coroas, assento e costas, de damasco azul claro, as quais serviam nos Thronos”.
D. Carlota Joaquina de Bourbon (1775-1830), filha de Carlos IV de Espanha, vem para Portugal com apenas 10 anos, onde é educada tendo em vista o seu casamento com o Infante D. João. De temperamento forte, a princesa entrou frequentemente em conflito com o marido, o Príncipe Regente, que acompanha com a demais Família, na estadia no Brasil, na sequência das Invasões Francesas. Chega mesmo a alimentar pretensões à regência do Império Espanhol na América, querendo substituir-se a seu irmão Fernando VII, cujo trono fora usurpado por Napoleão. Em 1821, já em Portugal, a princesa afeta à causa absolutista recusa-se a jurar a Constituição, facto que a levou a ver-se exilada nos Palácios do Ramalhão e de Queluz, orientando desde então a contra-revolução a favor do Infante D. Miguel.
Morre em Queluz não vivendo o suficiente para assistir à vitória liberal de D. Pedro e ao exílio definitivo do seu filho dileto, D. Miguel.
SOBRE JOÃO BAPTISTA RIBEIRO
Inicia a sua aprendizagem no Porto, sendo aluno do Mestre Pintor Domingos Francisco Vieira. Mais tarde, ingressa na Aula de Desenho da Academia Real da Marinha e Comércio, onde toma contacto com os princípios do Neoclassicismo, sob a orientação de Vieira Portuense, José Teixeira Barreto e Raimundo Joaquim da Costa. A partir de 1805, após a morte de Vieira Portuense, torna-se aluno de Domingos António de Sequeira.
D. Pedro permanece no Porto entre 1832 e 1834 e durante esse período J. B. Ribeiro pinta vários retratos do monarca. É também autor de um elevado número de retratos régios de D. Miguel (D. Miguel I).
Autor de miniaturas notáveis, destaca-se uma do acervo do Palácio Nacional de Queluz com o retrato da rainha D. Carlota Joaquina.
Criador: João Baptista Ribeiro (Vila Real, 1790-Porto, 1868)