Carré blanc (E7515) [Quadrado branco (E7515)]

Sérvulo Esmeraldo iniciou-se nas artes em 1940, quando passou a frequentar a Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), em Fortaleza. Em 1951, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou na Empresa Brasileira de Engenharia (EBE). Essa atividade, ainda que temporária, fomentou seu interesse pelas ciências exatas, o que ecoou em seu trabalho artístico: em 1957 Sérvulo expôs no Museu de Arte Moderna de São Paulo uma série de gravuras de caráter geométrico construtivo. Com essa exposição, bastante sofisticada, o artista ganhou uma bolsa de estudos do governo francês, mudando-se, assim, para a França, onde estudou na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Durante sua longa estadia na Europa, Sérvulo aproximou-se de importantes artistas brasileiros que à época lá residiam, como Sergio Camargo, Lygia Clark e outros. A partir dos anos de 1960, o artista deixa de se debruçar somente sobre a gravura e começa a testar em seus trabalhos a tridimensionalidade e a arte cinética. Carré Blanc (quadrado branco) ilustra bem o interesse do artista por essas linguagens. Na obra, pequenos cilindros de madeira pintados são atravessados verticalmente por linhas, como se fossem miçangas. Sustentados por minúsculos pregos, as formas não quedam estáticas, pois pelo jogo de sombras parecem mover-se, sujeitas a transformação, a depender da luz e da posição do espectador frente ao trabalho.