Em sua longa trajetória, o carioca Di Cavalcanti atuou em diversos campos da cultura: foi jornalista, ilustrador em algumas das mais importantes revistas do início do século XX no Rio de Janeiro e em São Paulo - como "Panóplia", "Fon-fon!" e "O Malho" - e um dos principais articuladores e participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. A parcela da produção pela qual ficou mais conhecido envolve cenas de alegria e festividades, nas quais a "mulata" ocupa importante papel. Entretanto, Di também retratou figuras marginalizadas, cenas de morro e personagens suburbanos, como acontece em "Casa vermelha", de 1945. Na pintura, o casario rudimentar ao fundo e as vestes simples das três figuras parecem indicar um cenário pacato e humilde, paisagem típica de algumas cidades do Brasil na primeira metade do século passado. Em 2017, ano em que completou-se 120 anos de seu nascimento, a Pinacoteca apresentou uma grande exposição retrospectiva sob curadoria de José Augusto Ribeiro: "No subúrbio da modernidade - Di Cavalcanti 120 anos".