Esta gargantilha é talvez das peças mais requintadas do artista na Coleção Gulbenkian, pois, apesar da sua aparente sobriedade e ausência de cor, constitui um verdadeiro prodígio da técnica aliada a uma criação artística excecional. É constituída por um conjunto de pequenos quadrados de cristal de rocha gravados com decoração alternada de gatos e arbustos, ligados por uma malha quadriculada de ouro. As placas apresentam ainda, nos pontos de junção, que permitem a sua articulação, pequenos diamantes que uma vez mais escondem a estrutura da peça. A parte superior e inferior da gargantilha é rematada por um friso de ouro esmaltado a branco. De uma extrema sobriedade, esta peça permite todos os jogos de luz e transparência que o artista irá cultivar ao longo da sua obra, sobretudo a partir da utilização do vidro nas suas joias, embora no presente caso, com a utilização de cristal de rocha, a esse efeito de transparência se possa acrescentar a extrema dificuldade de trabalho que o material empregue implica.
De notar ainda a evolução estilística do artista demonstrada nesta peça em que as linhas dominantes são de traçado retilíneo, longe já dos elementos ondulados da Arte Nova.
Calouste Gulbenkian adquiriu esta gargantilha a Lalique, em 1920.
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