Esta paisagem, estudada ao ar livre, encontra aqui a sua plenitude, ou seja, revela uma poética e dramaticidade própria, pontuada de forma breve, pelo campino e gado. Um jogo de contrastes desenvolve-se em todo o espaço, em laranjas chapeados de luz, na oposição entre a densidade da falésia e a leveza do céu azulado, e na aridez e frescura do solo, expressando uma excessiva exuberância de coloridos e de violência de tonalidades. Obra romântica, pela amplitude da composição, anuncia também a estética naturalista, triunfante nesse ano, na Exposição Universal de Paris de 1867, onde esta tela figurou. (Maria Aires Silveira)