Querubim Lapa (n. 1925 – m. 2016) pertence à geração de artistas responsável pela renovação moderna da Cerâmica artística em Portugal. Frequentou em Lisboa a Escola Industrial Afonso Domingues e a Escola António Arroio na qual viria a ser professor responsável pelas oficinas de cerâmica e pela criação da disciplina de design. Teve também uma formação superior na Escola de Belas Artes de Lisboa em Escultura (1947-1953) e posteriormente em Pintura. Revelou-se como escultor, pintor e ceramista na década de 1950, refletindo a sua formação multifacetada. Na obra cerâmica revelou um domínio técnico bem evidente no modo como emprega texturas, cores e brilhos de matizes inesperados. O seu aprofundado conhecimento das potencialidades da cerâmica e o olhar atento que dedicou à tradição refletem-se, com grande eloquência, nesta peça. Integrando uma série desenvolvida no início da década de 1990, nela revisita a técnica do enxaquetado fazendo-a funcionar como suporte da composição. Figuras zoomórficos das mitologias das culturas pré-clássicas, apresentando elementos incisos, destacam-se do fundo através do emprego de um vidrado verde escuro. Esta tonalidade repete-se no friso e nos elementos que recortam a composição, quebrando a rigidez geométrica do painel.
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