No contexto do movimento de independência da Índia e da sua formação académica em estilos tradicionais do subcontinente, Ângela Trindade procurou incessantemente uma nova iconografia que aproximasse o cristianismo do povo indiano. Juntando-se a vários outros artistas no que se caracteriza como um processo de inculturação, a jovem Trindade introduziu feições, trajes e paisagens indígenas nas suas cenas Cristãs. Este retrato de Jesus Cristo revela o filho de Deus com longos cabelos e barba pretos e olhos amendoados hipnotizantes, mas também alinha os símbolos do hinduísmo com o cristianismo ao retratar Cristo em vestes cor de açafrão.
Artista prolífica, Ângela pintou um número substancial de Madonas, retratos de Cristo e cenas do Novo Testamento. Nestes trabalhos a artista utilizou intencionalmente uma técnica bidimensional, pois segundo a mesma, essa prática permitia a expressão de sentimentos mais profundos sem as distracções causadas pela luz e a sombra. A utilização de uma paleta de cores brilhantes e terrosas usa a dimensão simbólica da cor com o intuito de expressar emoções fortes.
Referências: Gracias, Fátima, Ângela Trindade: A Trinity of Light, Colour and Emotion, Panjim, Goa, Fundação Oriente, 2016.
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