Consagrada em 1252, constitui-se como o primeiro exemplar gótico português. As suas grandes dimensões e a notável elegância das proporções, fazem desta abacial um exemplo acabado da dicotomia pedra/luz.
A sua edificação terá sido iniciada em 1178, não sendo cabalmente conhecida a data do respectivo terminus. Esta abacial adopta a feição de cruz latina (símbolo do cristianismo), sendo composta pela nave principal e pelo transepto, onde se encontram os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro.
A nave encontra-se dividida em três: a central e as laterais, que serviam apenas de corredor de passagem.
A construção iniciou-se pela cabeceira que é constituída por nove capelas radiantes de planta trapezoidal, ligadas entre si e ao transepto por um deambulatório, sendo cobertas por abóbadas de berço.
A iluminação difunde-se através da grande rosácea, dos dois vãos laterais da frontaria, pelas estreitas frestas das paredes laterais e ainda pelas rosáceas e janelões dos dois topos do transepto e pelos altos janelões da cabeceira.
Toda a abacial é sustentada por contrafortes que, na parede sul das naves e no topo do transepto sul, correspondem ao alinhamento dos arcos torais e formeiros.
O transepto norte tinha acesso directo para o Dormitório dos Monges. No topo oposto do transepto, sob uma grande rosácea e dois janelões, continua a existir a porta de acesso ao cemitério dos Monges, vulgarmente chamada "Porta dos Mortos".