Prato de oferendas, é uma obra de oficinas de Nuremberga, ou, mais genericamente, do Norte da Europa. Este tipo de produção em série teve maior proeminência naquela cidade alemã, mas estendeu-se igualmente, desde 1466, a outros locais do norte e centro europeus. Trata-se de peça muito comum em Portugal, no início do século XVI, já que D. Manuel, na qualidade de governador da Ordem de Cristo, ordenou a sua importação e as ofereceu a todas as igrejas do seu padroado, assim como para as igrejas das ilhas atlânticas e do continente africano.
Apresenta como tema central o Pecado original: as figuras de Adão e Eva ladeiam a Árvore do conhecimento do Bem e do Mal, onde se enrosca a serpente, que havia sido colocada por Deus no Paraíso.
Esta iconografia era das mais comuns neste tipo de pratos, sugerindo um esquema de composição inspirado na célebre Crónica de Nuremberga, de 1493, que, com as xilogravuras de Hartmann Schedel. Circulou por toda a Europa e desempenhou um papel destacado na nossa produção imagética de então, sobretudo ao nível da pintura e da arte argentária de utilização profana. Os ornatos circulares concêntricos e estampados sobre molde, utilizando punções, e os motivos vegetalistas, obtidos igualmente através de cunhos, que se encontram neste e nos dois restantes exemplares, denunciam um fabrico seriado, atestado pela grande quantidade de peças deste tipo que ainda se conservam no nosso País.