Os planos de cor, definidos entre as nuances de preto e azul, organizam a composição numa horizontalidade feita de superposições e de transparências sutis. Nessa obra, como em tantas outras, Fayga Ostrower trabalhou a técnica da água-tinta, obtendo do metal o lirismo tão marcante de sua obra abstrata. A década de 1950, época dessa gravura, foi especialmente gratificante para a artista, por ter recebido importantes premiações. De origem polonesa, naturalizada brasileira, Fayga chegou ao Brasil muito jovem, em 1934, fixando-se no Rio de Janeiro com sua família. Anos mais tarde, realizou estudos de desenho, pintura e gravura com os mestres Axl Leskoschek e Carlos Oswald. Recebeu, em 1955, uma bolsa da Fulbright para estudar gravura com Stanley Hyter em Nova York; em 1957, o Prêmio Nacional de Gravura na IV Bienal de São Paulo e, no ano seguinte, o Prêmio Internacional de Gravura na XXIX Bienal de Veneza. Foram reconhecimentos de relevante importância que consagraram a artista, nacional e internacionalmente.
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