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Baile na Roça

Candido Portinari1923

Projeto Portinari

Projeto Portinari
Rio de Janeiro, Brasil

Composição nos tons terras, ocres, rosas, cinzas, preto, vermelho, verde, azuis e amarelo. Textura lisa. Efeitos de transparência; tons e meios tons obtidos por meio de pinceladas largas, que se interpenetram e se superpõem. Luz incidindo pela esquerda, mais forte na metade superior esquerda da composição e mais difusa na metade direita. Cena de um baile de camponeses, destacando-se dois casais dançando, um sanfoneiro, um preto, um homem sentado à mesa e outras figuras dançando ao fundo. Em primeiro plano, à esquerda, casal dançando, de perfil: ela à esquerda e ele à direita, ambos com o rosto voltado para a frente. Os braços do homem envolvem a cintura da mulher e esta segura os braços dele quase na altura dos ombros. Ela usa vestido longo com faixa na cintura e lenço na cabeça, com ponta caída no ombro direito. Ele tem bigodes, usa chapéu de abas largas, paletó mais claro que as calças e lenço no pescoço. No centro da composição, outro casal dançando: ela de frente 3/4 voltada para a direita e ele de costas 3/4 voltado para a esquerda. A mulher é loura, tem cabelos penteados para trás e usa vestido longo com faixa na cintura. O homem está de chapéu de abas largas, veste paletó mais claro que as calças e tem lenço no bolso esquerdo do paletó com a ponta pendurada para fora. Ainda em primeiro plano, encontra-se uma figura de mulher cortada pela margem esquerda do suporte, de costas, 3/4 voltada para a esquerda, com lenço verde na cabeça e vestido longo. Em segundo plano, no centro da metade direita da composição, sobre um tablado, um homem sentado em cadeira de pés finos, 3/4 voltado para a esquerda, tocando sanfona. Esta figura tem cabelo, bigode e barba branca, veste colete, camisa de mangas compridas e calças escuras. Na margem direita do suporte, outro homem sentado numa cadeira, com a perna esquerda cruzada sobre a direita e a ponta do pé levantada, de perfil para a esquerda, com uma mesa à sua direita. Está fumando cachimbo, tem barba e bigode, usa chapéu e lenço no pescoço e veste calças e paletó. Por trás à direita do sanfoneiro, figura de um preto em pé, tendo o corpo, do busto para baixo, encoberto pelo sanfoneiro, 3/4 voltado para a esquerda, olhando para a frente e usando chapéu de abas largas. O tablado, de um degrau aparente, delimita o espaço do sanfoneiro, do preto e do homem do cachimbo. Em terceiro plano, efeito de multidão obtido através da representação de um casal e uma mulher de tranças, levemente definidos, em meio a várias pinceladas que sugerem vultos de outros casais dançando. No canto superior direito, área mais escura sugerindo porta. Fundo liso.

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  • Título: Baile na Roça
  • Vida do criador: 1903-12-29 - 1962-12-06
  • Nacionalidade do criador: Brasileiro
  • Sexo do criador: Masculino
  • Local de nascimento do criador: Brodowski, São Paulo, Brazil
  • Local da morte do criador: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
  • Data: 1923
  • Local de criação: Brodowski, São Paulo, Brasil
  • Dimensões físicas: 134 x 97cm sem moldura
  • Procedência: João Candido Portinari
  • Link externo: Projeto Portinari
  • Direitos: João Candido Portinari
  • Técnica: óleo
  • Tema: Social:Tipos étnicos:Negro, Cultura Brasileira:Festas Populares:Baile na roça, Cultura Brasileira:Músicos:Sanfoneiro, Figura Humana:Grupo:Homens, Figura Humana:Grupo:Mulheres
  • Pintor: Candido Portinari
  • Observação: A assinatura no verso do suporte está de cabeça para baixo e riscada.. Esta foi a primeira obra de temática brasileira executada por Portinari. Os personagens nela representados eram pessoas de Brodowski: o sanfoneiro chamava-se Marchesan; o preto, João Negrinho; o homem do cachimbo seria o pai do artista, e o modelo para os demais personagens, tanto femininos quanto masculinos, foi Maria Portinari Carvalho, irmã do artista. Em 1924, Portinari submeteu esta obra, juntamente com mais sete retratos, ao Conselho Superior de Belas Artes, para que figurasse na Exposição Geral daquele ano; o júri, no entanto, recusou o “Baile na Roça”, aceitando apenas os retratos. Imediatamente após o ocorrido, o então jovem artista, muito desgostoso, resolveu vendê-la. No entanto, foi profunda a marca nele deixada por esse episódio, o que se revela, seis anos mais tarde, quando Portinari escreve, de Paris, a Rosalita Mendes de Almeida, sua colega na Escola Nacional de Belas Artes / ENBA: “... Daqui fiquei vendo melhor a minha terra– fiquei vendo Brodowski como ela é [...] Quando comecei a pintar, senti que devia fazer a minha gente e cheguei a fazer o ‘Baile na Roça’. Depois desviaram-me e comecei a tatear e a pintar tudo de cor fiz um montão de retratos, mas eu nunca tinha vontade de trabalhar, e toda gente me chamava de preguiçoso eu não tinha vontade de pintar porque me botaram dentro duma sala cheia de tapetes com gente vestida à última moda. A paisagem onde a gente brincou a primeira vez e a gente com quem a gente conversou a primeira vez não sai mais da gente, e eu quando voltar vou ver se consigo fazer a minha terra” [CO 4545]. Portinari buscou durante toda a sua vida reaver esta obra, mas morreu com a tristeza de nunca tê-la encontrado. Dela guardava, no entanto, uma pequena fotografia que, ao ser divulgada pela imprensa, em 1980, resultou na sua localização pelo Projeto Portinari.
  • Número: FCO 2305
  • Inscrição: No verso, inscrição “26”. No chassi, inscrição “57554 [ilegível]”. No verso da moldura, inscrições “1,34 x 98” e “52514”; carimbo “DOMINGOS MARTINS E CIA RUA SENADOR POMPEU, 10 – RIO TEL 43-9841 INDUSTRIA BRASILEIRA”; carimbo ilegível com números manuscritos “52514” e “25628”.
  • Catalogue Raisonné: CR-31
  • Assinatura: Assinada e datada na metade inferior à direita "C Portinari 924" e no verso do suporte "C. Portinari Brodowsky, 1923-24"
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