Esta instalação pertence à série de trabalhos “duplos” de Ruiz de Infante para o qual o artista propôs dois espaços separados (neste caso, é um longo corredor) e duas experiências semelhantes. Duas salas falsamente simétricas são “descobertas” pelo espectador em um lapso de tempo mais ou menos significativo. Assim, no labirinto da exposição “Feito por Brasileiros”, a memória perceptiva e a persistência retiniana entram em jogo na hora de sobrepor as realidades propostas (dentro / fora, vivo / morto, puro / sujo, vazio / cheio). Em cada um dos espaços da intervenção, todos os vidros das janelas foram pintados de preto e era possível ver uma grande imagem vertical cuja luminosidade vibra violentamente. Trata-se da projeção de uma nova janela: a janela de uma cozinha na frente da qual é possível ver uma “natureza morta”, através da qual enxerga-se um jardim.