Invulgar pela sua dimensão monumental, esta peça de suspensão apresenta-nos uma natureza morta composta por alimentos prontos a ser cozinhados, dispostos sobre uma toalha franjada. Produtos do mar, da horta, da capoeira, do pomar e da vinha são tratados no mesmo gosto naturalístico, pelo qual o artista ficaria conhecido. É digna de nota a habilidade na representação da cestaria tradicional em cerâmica, reforçando-lhe a autenticidade. Rafael Bordalo realizou muitos outros pratos decorativos, de diversos formatos, nos quais explorou a temática da natureza morta ou apresentou pedaços de natureza viva, com a fauna e a flora nacionais a pontuarem o seu esforço no sentido de uma identidade para a arte portuguesa. Esta peça foi encomendada por Adriano Júlio Coelho, comerciante e amigo do artista. Veio a ser oferecida ao Museu pelo filho daquele, em 1932. Apenas se conhecem outros dois pratos semelhantes, sendo este o que obteve melhor resultado plástico.