Os signos da escrita permanecem legíveis mas não interpretáveis, como resto de um movimento que nos conduz a ler não o produto mas o processo de produção. O desvio da escrita é marca inimitável de um gesto, do corpo do artista que se dispersa numa superfície textural expressivamente trabalhada. Signos dispersos no vazio junto de traçados lineares geométricos originam um jogo de densidades espaciais. Entre a opacidade, a surpresa vem ao encontro duma palavra "sea", que junto do título, Deep, atua como isco significacção: o poder nominalista do nome ativa a capacidade de evocacção, trazendo todas as referências de que é depositário, um conjunto de sensações sem relações analógicas que confluem no intenso e profundo azul. (Maria Jesús Ávila)