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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil
Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
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    CLIENTE: VEÍCULO: Clipping Service SEÇÃO: DATA: Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan GILBERTO GIL JORNAL DO BRASIL-RJ OPINIÃO 23.01.2007 O Brasil e os desafios do patrimônio O desafio do Iphan equivale ao seu legado. Romper o olhar único sobre o patrimônio luso, ampliar nossas ações na preservação da memória indígena e quilom- bola, do conhecimento tradi- cional, da arquitetura vernacu- lar, do patrimônio industrial, compreender o patrimônio co- mo suporte para políticas so- ciais, enfrentar a fetichização do objeto tombado são algu- mas questões que possibilitam uma reavaliação simbólica do que se pressupõe como patri- mônio brasileiro. Essa ampliação conceitual também permite colocar o pa- trimônio, para além de seu re- conhecimento, na escala de valores coletivos como funda- mento determinante do proje- to de desenvolvimento que se redesenha para o país. A efeméride dos 70 anos de criação do Instituto do Patri- HÁ 70 ANOS, ANTES DE QUAL QUER OUTRO PAÍS americano, o Brasil criou uma lei e uma ins- tituição federal para identifi- car, proteger e valorizar nosso vasto e diverso patrimônio cultural. Essa iniciativa, de forma distinta das experiên- cias internacionais, não estava ligada a saudosismos ou ao cul- to do passado: a criação do Ins- tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional foi obra dos intelectuais modernistas que propunham a valorização do país, da cultura e da arte brasileira, nas suas vertentes eruditas e populares. Cidades históricas como Ouro Preto, Salvador, Olinda, Goiás e São Luís, lugares co- mo o Santuário do Bom Jesus em Congonhas do Campo, edi- fícios como o Paço Imperial no PÁG: A10 Rio de Janeiro, fortalezas co- mo a dos Reis Magos em Na- tal, conventos como o de Santo Antônio em João Pessoa, sítios arqueológicos como o da Igre- ja Jesuítica de São Miguel das Missões se preservaram pela ação continuada e perseveran- te do Iphan, entre inúmeras outras obras e sítios desapare- cidos ou descaracterizados. O Instituto tem sob sua pro- teção cerca de 20 mil edifícios tombados, 83 sítios e conjun- tos urbanos, 12.517 sítios ar- queológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos arro- lados, incluindo o acervo mu- seológico, cerca de 250 mil vo- lumes bibliográficos e vasta documentação arquivística. Os registros recentes do patrimônio imaterial brasilei- ro já levaram ao reconheci- mento pela Unesco do samba de roda do Recôncavo Baiano e da arte gráfica e pintura cor- poral dos índios Wajāpi do Amapá como obras-primas do patrimônio oral e imaterial da humanidade. Os numerosos desafios de- correntes da atuação em um universo dessa abrangência precisam ser compartilhados. Além da responsabilidade pela O desafio do Iphan, que agora celebra 70 anos de serviço ao país, é do tamanho do seu legado conservação de todo o patrimô- nio protegido, estão os desafios da sua sustentabilidade, da di- nâmica dos processos culturais, dos valores a se considerar no reconhecimento do patrimônio que se constrói e até da própria criação do patrimônio. Av. Fagundes Filho, 77 - 13° andar - CEP 04304-010 - V. Monte Alegre - São Paulo - SP - Fones (0xx11) 5591-2811/5589-8633 Praça Olavo Bilac, 28- conj. 918 - CEP 22041-010 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Fone (Oxx21) 2232-1252 E-mail: clippingservice@terra.com.br E-mail: clippingservice@cservice.com.br mônio Histórico e Artístico Nacional será marcada pelo início do processo de sistema- tização que permitirá tornar efetivo o preceito constitucio- nal que determina o comparti- lhamento da responsabilidade de preservar o patrimônio cul- tural brasileiro. Na verdade, a responsabilidade pela prote- ção do patrimônio cultural do Brasil deve ser da nação e tão prestigiada quanto a pretensão do grau de singularidade e de autonomia do nosso processo de inserção como civilização no mundo. O estabelecimento de um sistema brasileiro de patrimô- nio, com as estruturas federa- tivas do país e da sociedade ci- vil, estabelece um novo marco institucional nesse redimen- sionamento que a afirmação da política cultural conduzida pe- lo ministro Gilberto Gil coloca para o Brasil.
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