CLIENTE: GILBERTO GIL
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REV.MEIO & MENSAGEM-SP
OUTRA LEITURA
20.02.2006
O artista que migrou para a publicidade
FABIO SUZUKI
Ele está montando neste ano sua quinta peça de tea-
tro, sendo que sua primeira obra rendeu uma capa no
caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo; compôs cerca
de 30 músicas, e três delas viraram temas de novelas
da Rede Globo; e publicou um livro-CD com prefácio
de Gilberto Gil e participações especiais na parte mu-
sical de Djavan e Luiz Carlini. Além disso, lança ainda
em 2006 a primeira "movela" – termo criado por ele
a partir das palavras móbile e novela e que se refere a
seriado para celular - e prepara a segunda produção
para o veículo. É difícil acreditar que Rodrigo Pitta, 29
anos, já elaborou tantos trabalhos de destaque, mas
tudo isso é fruto de muita persistência nas atividades
que gosta de fazer.
Há dois anos, foi convidado para ser diretor de
criação da Lâmpada Soluções, inaugurada por sua irma
Andréa e Lutti E. Colautto. Após dez anos de carreira
teatral, aceitou o chamado por ser uma agência de
eventos. “Não iria sair do meu universo. Aqui, dizemos
que nosso trabalho é marketing com arte", afirma.
Nota-se essa mistura em seus projetos mais recentes.
O primeiro é a série produzida para celulares intitulada
Édificil, que está em fase de comercialização. O roteiro
aborda um assassinato em um edifício e traz Luciana
Vendramini e o VJ Cazé como protagonistas. O segun-
do será a gravação de um piloto para um reality show
sobre moda, o que deve ocorrer nos próximos meses.
"Ambas as produções são resultado da intersecção
entre arte e publicidade, já mais definida em minha
carreira", analisa
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Sua vocação para artista começou aos 15 anos, quan-
do entrou para o grupo de teatro da Cultura Inglesa.
Três anos depois, largou a faculdade de Publicidade
para fazer um curso na American Music and Drama Aca-
Rodrigo Pitta, diretor de criação da Lampada Soluções, prepara-se
para lançar neste ano o primeiro seriado veiculado em telefone celular
demy (AMDA), em Nova York. Nesse mesmo período,
aproveitou para passar por v países europeus, onde
fez pesquisas e estudos sobre grandes espetáculos, com
estágio nos backstages dos palcos.
Logo que voltou, realizou sua primeira peça profis-
sional, aos 19 anos de idade, chamada Pocket Broadway.
O espetáculo alcançou um público de cerca de 80 mil
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pessoas com temporadas em São Paulo e Bahia. Depois,
passou o ano de 1998 escrevendo Cazas de Cazuza, que
estreou no ano seguinte. "Foi a obra que me projetou
artisticamente", afirma Pitta sobre as apresentações
que percorreram todo o País, com um total de 300 mil
espectadores. A peça chamou a atenção de João Araújo
- pai do cantor e diretor da Som Livre –, que o convi-
dou para reabrir o casting de artistas da gravadora. No
biênio em que permaneceu na empresa, desenvolveu
paralelamente o musical Modernidade, levado aos pal-
cos em 2000 e cujas letras foram criadas por Pitta. O
título do espetáculo é o nome de uma canção inédita de
Cazuza que foi entregue ao diretor pela mãe do cantor,
Lucinha Araújo
No início de 2001, resolveu "descansar" por um ano,
período em que escreveu o livro-CD Água, Gasolina
e a Virgem Maria. Com ilustrações da artista plástica
Sandra Cinto, o texto foi escrito em boa parte durante
sua viagem a Machu Picchu, no Peru. Lançada em 2003
na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a publicação tem
prefácio do cantor e ministro Gilberto Gil.
Ao lado dos trabalhos na Lâmpada Soluções - que
diz ocorrer por osmose pelo fato de permanecer o dia
inteiro na agência —, ele finaliza neste ano um novo
projeto. É o documentário musical Pátria Amada, es-
crito a quatro mãos com o diretor Leonardo Neto e que
deve estrear no meio de 2006. A peça aborda a guerra
ocorrida na Rua Maria Antônia entre os estudantes da
USP Mackenzie. "O bacana é que o José Dirceu será
um herói", comenta sobre o ex-ministro da Casa Civil,
que à época do conflito - ocorrido em 1968-presidia
a União Nacional dos Estudantes (UNE). Sobre essa
atuação múltipla, ele tem a definição: "Sou um artista
que migrou para a publicidade".
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