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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    CLIENTE: Gilberto Gil VEICULO: Jornal da Cidade - Bauru CLIPPING SEÇÃO: JC Cultura SERVICE DATA: 02/06/2009 "Música sempre tem origem no campo emocional Lauro Lisboa Garcia Desilustes amorosas já motivaram álbuns bem me- lancólicos, como "13", do Blur, e "Sen Changes". de Beck. Agora é Nando Reis quem resolve a questão, mas de forma mais amena, no novo álbum, "Dres" (Universal) o terceiro com a banda Os Infernais. O título é uma fusão de três com Dri, apelido de sua ex- namorada Adriana Lotail, a quem ele dedica a can- ção-título, mais a faixa de abertura, "Hi, Dri, e Dria- mante". Perda e ausência também são temas de outras duas canções dedicadas a sua mãe ("Conta) e sua fi- Tha Sofia ("Só pra So"). "É curioso isso, porque não é algo que eu tenha nunca calculado. É absolutamente natural, por que de certa maneira música para mim sempre tem essa origem no campo emo- cional, muito mais no que do campo inte lectual. É uma espécie de forma de ex- pressão que eu encontro, e uso como ma- téria-prima naquilo que virou e passou a ser o meu trabalho", diz o compositor, que em discos anteriores já gravou canções de dicadas a outros de seus cinco filhos Nando acha que, por mais que um au- tor aborde um tema na terceira pessoa ou invente personagens em letras de musi- ca, qualquer forma de expressão, de cer- ta maneira, & hiperpessoal". "Porque, de qualquer modo, o que você está dizendo é o que você pensa. Então não há muita importância para mim, no fato de o as- sunto ser esse. Não me incomoda, claro, porque faço dessa forma" Na posição inversa, a de ouvinte de canções feitas so bre experiências pessoais, Nando cita dois bons exem- plos: "São duas músicas dos anos 70, fundamentais na formatação do meu gosto, da minha pessoa mesmo - 'Back in Bahia', de Gilberto Gil, e 'Da Maior importância', de Caetano Veloso. Sio escritas coloquiais, embora poéti- cas também. E eu sempre me encantei por isso, ao mesmo tempo é uma mistura, uma forma de como talvez eu tenha descoberto que música não é uma coisa de outro mundo. É feita por pessoas que existem, sen- tem, normais", observa. "Talvez isso tenha me impregnado minha mente tal- vez de uma forma inconsciente e eu tenha achado muito natural fazer músicas sobre as coisas que acontecem co- migo. Não porque eu me ache mais importante do que os outros, mas porque sou eu, porque sobre essas coisas eu tenho condições, tenho domínio para falar". completa. "Dres" é bem rock'n'roll. Talvez mais do que os outros. Mas o que chamou a atenção de Nando nos comentários de quem ouviu o CD durante seu acaba- mento é parecer "espantoso" ele estar fazendo um ál. bum assim, tendo a história que tem, ex-integrante dos Titas e tudo mais "Acho que tem várias razões expli- cáveis. A primeira delas é que produzio disco com Carlos Pontual, que deu enfa se nas guitarras, e também nos teclados. Mas por questão do conhecimento que ele tem na nossa própria banda, por adequa- ção das músicas, e também pela possi- bilidade de linguagem que é própria nos. sa. Como componho no violão e da for- ma como os arranjos são feitos, nos ou- tros discos talvez ele estivesse mais à frente. Sempre fui, mas talvez não tives se feito um disco tão rock'n'roll." Além de Pontual (guitarra), Nando forma Os Infernais com Alex Veley (te- clados), Felipe Cambrain (baixo) e Di ogo Gameiro (bateria). Com exceção do baixista, todos também fazem vocais. É notável a cada álbum o envolvimento de Nando com eles, resultado desta vez num amadurecimento de tra- balho de banda, mais do que um solista e seus acom- panhantes É o terceiro disco (solo) que faço de estúdio. Tudo bem, são sels anos, mas não é tanta coisa assim. A gente passou um tempo descolando a nossa linguagem. Nando Reis musico "Acho que isso é consequência de tempo de estrada, de vida, de conhecimento, por isso que assino os dis. cos como Nando Reis e Os Infernais, porque de fato são nessa parte. Eu que escrevo, eu que componho, mas a gente toca junto. A questão nem é abertura da minha parte, tenho real interesse em contar com essa contri- buição porque acho cada um deles admiráveis como Sesc exibe ‘O Homem que Virou Suco' ' Arrasado, o poeta só vé uma saída: encontrar o verda- deiro assassino, e dessa procura escrever a história do Operário que matou o patrão. Premiado trabalho de Jolo Batista de Andrade, "O Homem que Virou Suco será exibido hoje, às 20h, no auditório do Serviço Social do Comércio (Sesc). A ati- vidade da início a série de obras da cinematografia na- cional que serão exibidas neste mês na unidade, pelo projeto "Encontro no Cinema". A entrada é gratuita. O filme, indicado para maiores de 16 anos, aborda a resistência de um poeta acusado de um crime que não cometeu. Deraldo, poeta popular recém-chegado do Nor deste a Slo Paulo, sobrevive de suas poesias e folhetos, Segundo material de divulgação, essa busca revela um outro lado da operação. O poeta completa sua vi- são critica, ironica e demolidora sobre o esmagamen- to do homem na sociedade industrial, e escreve o fo- Theto que dá o título de "O Homem Que Virou Suco". (Da Redação) Serviço quando é confundido com operário de uma multinacio nal que mata o patrão na festa em que recebe o título de operário-simbolo O artista passa a ser perseguido pela polícia, é obri gado a trabalhar e perfaz, então, a trajetória de um mi- grante na grande metrópole: a construção civil, os ser- viços domésticos, o metrô, a humilhação, a violência. Exibição do filme "O Homem que Virou Suco", de João Batista de Andrade, hoje, às 20h, no auditório do Sesc (avenida Aureliano Cardia, 6 71). Entrada gratuita. Mais informações pelo telefone (14) 3235.1750. "Drês', novo CD de Nando Reis, trata da perda e da ausência na família; cantor e compositor assina álbum novamente com Os Infernais músicos e a gente tem uma intersecção de gosto e que resultou um pouco no que é a nossa linguagem." O processo de trabalho desse disco foi ligeiramente diferente do que ele costuma fazer. "Eu componho e na hora que a gente vai se reunir para fazer os arranjos, im primo as letras, distribus para cada um, vou passando música por música e a gente vai trabalhando. Nesse, a gente fez uma pré-produção em outubro, fomos para mi ha casa em Ubatuba e ficamos lá duas semanas, intei- ramente voltados para isso. Só entramos no estádio em janeiro. Em geral, faziamos ensaios e entravamos ime- diatamente no estádio. Esse tempo de três meses foi por- que eu queria experimentar um pouco, não ser tão imedi- ato, não queria ser redundante." Um exemplo clássico" de "Dres" é a faixa "Mil Ga- láxins", que Nando acha que se fosse gravada de imedi- ato poderia ter ido para um lado semelhante a outras que já fez. Em parte da canção a letra tem uma métrica mais longa do que a melodia, o que, junto com a levada meio country rock, remete a Bob Dylan e Raul Seixas. "Desde que sal dos Titas, que passei a tocar com mais assiduida de, é o terceiro disco que faço de estudio. Tudo bem, são seis anos, mas não é tanta coisa assim. A gente passou um tempo descolando a nossa linguagem. Isso se dá com o tempo, não tem outra forma." Nesse tempo, entre um álbum de estúdio e outro, Nan- do gravou dois discos ao vivo via MTV. Ele concorda que o mercado, artistas e ouvintes já estão saturados desse tipo de projeto, mas diz que principalmente o primeiro dos dois, "MTV ao Vivo" (2004), foi fundamental para a reestruturação de sua carreira. "Era eu meio que repatri- ando as minhas músicas", diz. Isso porque quando fazia shows, o público identificava suas canções pelos inter- pretes (Cassia Eller, Marisa Monte, Cidade Negra), mas ignoravam que eram dele. "Não era uma questão de vaidade, mas identidade, prin cipalmente para fora. Preciso tocar, gosto de tocar e, no fundo, tinha um mercado al que não tinha noção de quem era o Nando Reis. Eu era baixista dos Titãs, produtor da Cássia, parceiro do Samuel (do Skank). Eram tudo fra- ções. Antes do 'MTV ao Vivo' nem tocava no Nordeste, ninguém me chamava."
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