10. MÚSICA
REFAZENDO G
O ACUSTICO
» Turnê que já passou por Salvador, Rio e
Estados Unidos desembarca em Brasília e
traz à tona um Gil intimista
Gilberto Gil toca
repertório de
Bandadois com o filho
Bem e o maestro e
violoncelista Jaques
Morelenbaum
>> IRLAM ROCHA LIMA
ilberto Gil inaugurou a
série Acústico MTV com
Unplugged, em 1994. Cin-
mesmo formato para conceber
Gilluminoso, inicialmente inte-
grado ao livro homônimo do es-
critor e artista Bené Fonteles. Em
outubro, gravou o elogiado Ban-
dadois, nas versões CD e DVD.
"Há uma demanda grande, não só
no Brasil, mas também no exte-
rior, pelos formatos acústicos",
justificou'o eterno tropicalista, em
entrevista ao Correio, via e-mail
Bandadois gerou show com o
mesmo título, apresentado em Sal-
vador (janeiro), 13 cidades dos Es-
tados Unidos (marco) e no Rio de
Janeiro, no último fim de semana.
Amanhã, às 22h, no Auditório Más-
ter do Centro de Convenções Ulys-
ses Guimarães, será a vez de o bra-
siliense apreciar esse espetáculo
sofisticado de clima intimista. No
palco, terá a companhia do filho e
violonista Bem Gil e do violoncelis-
ta Jaques Moremlenbaum.
O roteiro, que reúne as 22 faixas
do DVD (com produção musical de
Liminha e direção de Andrucha
Waddington), traz clássicos da obra
do cantor e compositor baiano co-
mo Esotérico, Super-homem-A
canção, Lamento sertanejo, Expres-
so 2222, Andar com fé e Refazenda,
ao lado de Babá Alapala e Metáfo-
ra, e La renaissence africaine, do
CD Banda larga cordel, de 2008.
Há também Amor até o fim (gra-
vada com Maria Rita) e as inéditas
Das duas, uma e Quatro coisas (fei-
ta para a mulher, Flora). O cantor
incluiu, ainda, as releituras de Chi-
clete com banana (Gordurinha e
Almira Castilho) e Saudade da
Bahia (Dorival Caymmi).
"Algumas canções estão no show
porque se adequam ao formato
acústico; outras porque são hits e
há ainda as sugestões de Bem e de
Jaques. Acho que ficou um repertó-
rio bem equilibrado", considera Gil.
"Flora deu a ideia de registrarmos
Amor até o fim, música do início da
minha carreira e que eu nunca ti-
nha gravado. Elis Regina é que a
gravou magistralmente. Achamos
pertinente regravá-la com a filha
dela (Maria Rita)", comenta.
» BANDADOIS
Show de Gilberto Gil (voz e violão),
acompanhado por Bem Gil (violão) e
Jaques Morelenbaum (violoncelo),
amanhã, às 22h, no Auditorio Máster do
Centro de Convenções Ulysses
Guimarães. Ingressos: poltrona VIP
R$ 120; VIP lateral R$ 100, poltrona
especial R$ 80; poltrona superior R$ 50.
Preços de meia-entrada (estudantes,
professores, maiores de 60 anos,
portadores de necessidades especiais
com documento). Assinantes do Correio
tem 50% de desconto no ingresso inteiro
(cupom Sempre Você). Ponto de venda:
CVC (Pátio Brasil). Não recomendado
para menores de 16 anos. Informações:
8130-1417 e 8130-1418.
>>>Três perguntas //
Gilberto Gil
Jaques Morelenbaum o acompanhou na
turnê pelos Estados Unidos e continua nas
apresentações no Brasil. Como é trabalhar
com esse mestre do violoncelo?
Há muito tempo queríamos fazer um tra-
balho em parceria, desde que tocamos jun-
tos em Nantes, em 2005, no Ano do Brasil na
França. O problema eram nossas agendas,
que nunca se encontravam. O Bandadois
veio a calhar, e já fizemos também com ou-
tro projeto) a Europa, em novembro. É um
prazer tocar com um músico da grandeza do
Jaquinho, que trouxe beleza ao show.
Bandadois foi elogiadíssimo por
Jon Pareles, crítico musical do New York
Times. Seu trabalho tem boa aceitação
entre os norte-americanos?
Felizmente sim. Desde as primeiras
apresentações lá, nos anos 1970, a crítica e
o público só têm feito crescer. Os Estados
Unidos é um país, assim como o Brasil,
muito musical e eles sabem apreciar minha
músicas, ainda que não entendam as letras.
Como é retornar a Brasília já distante do
cargo de ministro da Cultura?
E sempre muito bom. Gosto de estar em
Brasília, do clima, do seu jeito. Quando era
ministro, andava sempre muito ocupado e
não sobrava tempo para curtir a cidade. Mes-
mo assim, guardo ótimas lembranças.
Ouça trechos de Quatro coisas
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