CLIENTE: Gilberto Gil
VEICULO: Diário do Grande ABC - Sto. André
SEÇÃO:
Cultura & Lazer
DATA: 29/02/2008
MÚSICA E FÉ
no palco
Sesc Pompéia tem últimos shows do projeto “Religare'
religiosidade popular, San-
tos procurou sintetizar as
principais manifestações,
com temas afro-baianos de
incretismo religioso,
profissão de fé, incon-
,
e ironias na busca de diálo-
go com o divino há muito po-
voam o cancioneiro nacio-
nal. Crenças de diversas for-
mas e expressões, entre a sú-
plica e a festa, serão celebra-
das em três shows que encer-
ram o projeto Religare, de
hoje a domingo, no Sesc
Pompéia. Sob a direção artís-
tica do mineiro Sérgio San-
tos, reúnem-se no palco a ca-
rioca Elza Soares, o paraiba-
no
Chico César, a baiana Ma-
riene de Castro e a paulista
Luciana Alves. Até a tarde
de ontem, ainda havia in-
gressos para todas apre.
sentações.
Do vasto repertório musi-
cal que tem vínculos com a
O paraibano Chico César integra o time' de cantores do espetáculo
Dorival Caymmi (Milagre,
Dois de Fevereiro), Baden
Po-
well e Vinicius de Moraes
(Canto de Ossanha); clássi-
cos que marcaram época, co-
mo Ave Maria no Morro (He-
rivelto Martins) e Aos Pés da
Santa Cruz (Marino Pinto/
Zé da Zilda), que ficarão a
cargo de Elza, bem como Se
Eu Quiser Falar com Deus
(Gilberto Gil); o sincretismo
afro-católico, em composi-
ções do próprio Santos com
Paulo César Pinheiro; e até
o 'enfoque um pouco políti-
co' de Partido Alto (Chico
Buarque) e Invocação, de
Chico César, que fala a um
'deus dos ateus'.
DIVERSIDADE
"O repertório sobre o tema
é vasto e riquíssimo. Muita coi-
sa maravilhosa ficou de fora.
Mas há músicas como Procis-
são, de Gil, que são mais co-
nhecidas e representativas so-
bre certos assuntos", explica
Santos. No caso, a religiosida-
de do Nordeste, "que é bem
peculiar".
Ele ressalta ainda que fal-
tam exemplares das religiões
indígenas, "que são de difícil
acesso". Santos, que montou
o roteiro e assina os arranjos,
também canta e toca violão
no show, com uma banda for-
mada basicamente de instru-
mentos acústicos. Cada um
canta duas músicas sozinho e
duas em duetos. No final, to
Elza Soares leva
sua voz rouca e
vibrante ao palco
dos se juntam.
Uma das canções destina-
das a Mariene é do repertório
de Clara Nunes (Mineira, de
João Nogueira e Paulo César
Pinheiro), com quem tem si-
do comparada pela força do
canto e pela presença de cena.
"Embora não tenha influên
cia dela, sinto que há uma liga-
ção pelo meu trabalho com a
cultura popular regional", diz
Mariene. "É uma forma de ho-
menageá-la."
SAMBA FUNKEADO
Quem também se apresen-
ta neste fim de semana em
São Paulo é a Mart'nália. An.
tes de entrar em estúdio para
gravar seu próximo disco, foca-
do agora no samba com char-
me, um funk com referência a
Carlos Dafé, Tim Maia, Steve
Wonder, ela faz uma curta
temporada de shows, de hoje
a domingo, no Tom Jazz
(mais informações à página 6).
As apresentações serão en-
cerramento da turnê que mis-
turou canções de Menino do
Rio e Em Berlim Ao Vivo, e
que confirmou o talento des-
sa menina. Em ambos, ela
contou com a direção de Ma-
ria Bethânia. "Fazemos esse fi-
nalzinho em São Paulo, mos-
trando um pouquinho do pró.
ximo disco. Começo o ano, di-
gamos, terminando", brinca,
com ar malandro, talvez he
rança do pai, Martinho, pelas
muitas rodas de samba,
Ela mostrará aos paulista-
nos um pouco do samba
charm, sem deixar de lado os
sambas dos trabalhos anterio-
res, além de incluir Pra que
Chorar (Vinicius de Moraes/
Baden Powell), e É D'Oxum,
de Geronimo e Vevé Cala-
zans. Mas o som de Mart'na
lia de agora é, como a pro
pria define, mais para "dan
çar juntinho, paquerar, se bei
jar e se tocar". (da AE)
Projeto Religare - Show com Elza
Soares, Chico César, Mariene de Cas
tro e Luciana Alves. Hoje e amanhã, às
21h; domingo, às 18h. No Teatro do
Sesc Pompéia - Rua Clélia, 93, Tel.
3871-7700. Ingr.: R$7 a R$ 28