Loading

Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil
Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
  • Transcript:
    COMPANHEIROS Wagner no avião do governo estadual e com Lula, na eleição de 2006 (no detalhe). Além da semelhança no rosto, os dois são amigos há 30 anos RONALD FREITAS, DE SALVADOR H OJE O ROSTO DOS DOIS É PARECIDO, COM A BARBA branca meticulosamente aparada. Mas eles não tinham nada a ver um com o outro. Nos anos 50, a família do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fugiu da pobreza do interior de Pernam- buco rumo ao Sudeste, em busca de ascensão social. Tomando um ca- minho inverso, na década de 70, o governador da Bahia, Jaques Wagner, abandonou o último ano de Engenharia Elétrica da PUC do Rio de Ja- neiro e mudou-se para Salvador. Foi morar num bairro pobre, sem água encanada, esgoto e asfalto. Comunista, o garoto de classe média queria ficar junto da "massa operária" e com ela implantar o socialismo no país. Diferentes na origem, Lula e Wagner acabaram se encontrando na fundação do PT. Nos últimos 30 anos, tornaram-se grandes amigos. Hoje, a re- lação é mais que uma amizade. Wagner é cotado como um dos nomes fortes do PT na disputa presidencial de 2010. Mais que isso: ele está despontando como o candidato preferido de Lula. Todos os envolvidos afirmam - como é de esperar - que ainda é cedo para es- pecular sobre a eleição de 2010. Mas a verdade é que o jogo já começou a ser jogado. ÉPOCA perguntou a Wagner se ele aceitaria ser candidato à Presidência ou se prefere a reeleição para governador, talvez mais fácil. Resposta: "Não descar- to nenhuma possibilidade. Mas é cedo. Primeiro, é preciso que eu e o presidente Lula façamos um bom governo para que haja condições de eu disputar pelo me- nos a reeleição, o caminho natural". No Partido dos Trabalhadores, depois que os escândalos do governo Lula atingi- ram vários pretendentes naturais, hoje só parece haver dois nomes de projeção para tentar a sucessão. Marta Suplicy, a ex-pre- feita de São Paulo, é vista como candidata natural do PT paulista, ala mais forte do partido. O outro postulante é Wagner. Na eleição de 2006, ele derrotou o pefelista Paulo Souto e tomou o governo baiano do grupo político ligado ao senador Anto- nio Carlos Magalhães, no poder no Estado havia mais de 40 anos. Foi a maior surpresa das eleições. Na véspera da votação, as pes- quisas apontavam vitória do PFL no pri- meiro turno. Não houve segundo turno. Mas quem ganhou foi Wagner. Hoje ele governa o quarto colégio eleitoral brasileiro -o maior nas mãos do PT-e controla um dos dez maiores orçamentos do país. Fotos: Christian Cravo/EPOCA e Dida Sampaio/AE Para os observadores da cena política, a inclinação de Lula pelo governador da Bahia ficou evidente no processo de reforma ministerial. Antes de oferecer o Ministério do Turismo a Marta, o presi- dente a expôs a uma rotina quase diária de reivindicar uma vaga - qualquer uma - no primeiro escalão (leia a reportagem à página 38). Wagner, ao contrário, teve tratamento preferencial. Pediu a Lula que desse um ministério ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB), seu parceiro na eleição da Bahia. Para atender Wagner, Lula contrariou três de seus aliados mais próximos: os senadores peemedebistas Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) eo deputado Ciro Gomes, ex-ministro da Integração Nacional. Todos queriam indi- car outros nomes para a pasta da Integra- ção Regional. Lula nomeou Geddel. Lula e Wagner se conheceram no fim dos anos 70, nos encontros que le- varam à criação do Partido dos Trabalha- dores. Lula era o presidente do poderoso Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernar- do do Campo, São Paulo. Wagner fazia a articulação dos operários no recém-criado Pólo Petroquímico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Em 1981, eles participaram dos encontros que criaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Até o fim dos anos 80, encontravam-se de vez em quando. A amizade se estreitou nos anos 90, quando Wagner, então deputado federal, passou a ciceronear Lula e dona Marisa quando iam a Salvador. O casal hospedava-se sempre numa casa de praia em Lauro de Freitas, município vi- zinho a Salvador. O lugar era ponto de en- contro de amigos, como o atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o casal Wagner. "Fazíamos grandes churrascos", diz o veterinário e sindicalista Alberto Dourado, que fazia parte do grupo. Numa dessas 19 DE MARÇO DE 2007 I REVISTA ÉPOCA 43
    Hide TranscriptShow Transcript
Instituto Gilberto Gil

Get the app

Explore museums and play with Art Transfer, Pocket Galleries, Art Selfie, and more

Interested in Performance?

Get updates with your personalized Culture Weekly

You are all set!

Your first Culture Weekly will arrive this week.

Home
Discover
Play
Nearby
Favorites