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CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: O Dia - RJ
SEÇÃO:
DATA:
Opinião
18/08/2008
ARTIGO
RICARDO CRAVO ALBIN
JUCA NO MINC
Há dias, estive no histórico prédio do Ministério da Cultura
para saudar a nova parceria entre a Petrobras e o Minc. Ali,
entre Eliane Costa e Wilson Santarosa, da Petrobras Cultural,
o Juca Ferreira, saudado pelo último como ministro interino
da Cultura, informou ao Santarosa - e a todos - que ele se-
ria mesmo o novo ministro efetivo, no dia 22. Uma chuva de
aplausos inundou o Salão Portinari.
Justas, a meu ver. Porque
Juca Ferreira é um intelectual
baiano de boa musculatura cultural. E ajudou muitíssimo o
nosso Gilberto Gil nesses quase seis anos de governo Lula.
Quero desde logo observar que - amigo de Gil por déca-
das - sempre fui seu admirador, chegando até a dirigi-lo (a
pedido de Darcy Ribeiro) em sua primeira apresentação no
Municipal do Rio para receber o Troféu Golfinho de Ouro.
Como ministro da Cultura, Gilberto Gil não carecia mesmo
ministrar, dia e noite sentado a uma mesa burocrática, ato-
lado em papéis inúteis, angustiado com o tempo escoando
no ramerrão do dia-a-dia, entupido de compromissos por
vezes supérfluos.
Não, Gilberto Gil - como o próprio Lula - representa cul-
minâncias de essência: bandeiras, símbolos, no seu caso legi-
timos. Pois o fato de um representante da MPB estar como
ministro da Cultura qualifica um País tão densamente musi-
cal. Afinal, a MPB é hoje o produto número um da nossa pau-
ta de exportabilidade cultural.
Portanto, Juca Ferreira, que em silêncio obsequioso e
leal - ajudou Gilberto Gil a administrar tantas coisas inadmi-
nistráveis no ministério não poderia mesmo deixar de ser o
escolhido para - agora sim - ostentar de fato o cargo de mi-
nistro da Cultura.
Escritor e jornalista
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