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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

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Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
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    CLIENTE: GILBERTO GIL VEÍCULO: O IMPARCIAL - ARARAQUARA CARTAZ 27.12.2005 Há dez anos o antropólogo mineiro Darcy Ribeiro (1913- 1997), criador do Parque Indí- gena do Xingu e da Universi- dade de Brasília, lançou o Povo Brasileiro, livro que conclui a coleção de seus Es- tudos Antropologia da Civiliza- ção. Nesse mesmo ano, ao dar os originais para uma de suas assistentes, Isa Grinspum Fer- raz, esta sugeriu fazer uma série para a televisão. Duran- te quatro dias, Isa e uma pe- quena equipe trabalharam nas filmagens de seu depoimento, que viria a ser a base dos dez documentários integrantes da série homônima, agora lança- da pela Versátil Home Video em associação com a Super- filmes e Fundação Darcy Ri- beiro. Apresentada em DVD duplo com mais de quatro ho- ras de duração e muitos extras, com legendas em três línguas (inglés, francês e espanhol), a série já está à venda nas lojas com preço sugerido de R$ 59. Além da entrevista com Darcy Ribeiro, a série traz de- poimentos de respeitados inte- lectuais como Antonio Candi- do, Antonio Risério, Ariano Suassuna, Azis Ab'Saber e Paul Vanzolini, entre outros. Participam também os músi- cos Chico Buarque (que lê tre- chos de O Povo Brasileiro), Av. Fagundes Filho, 77 - 13° andar SEÇÃO: DATA: PÁG: 12 “O Povo Brasileiro” sai em DVD SÉRIE É APRESENTADA EM DVD DUPLO COM MAIS DE QUATRO HORAS DE DURAÇÃO E MUITOS EXTRAS Gilberto Gil, Luiz Melodia e Tom Zé. Apresentada há cin- co anos pela TV Cultura e GNT, O Povo Brasileiro pro- vocou impacto não só por sua realização como pelas idéias polêmicas defendidas pelo an- tropólogo, educador, romancis- ta e político, entre as quais a contestação das teorias mar- xistas sobre a Península Ibéri- ca. Marx, segundo Darcy, nun- ca entendeu como Portugal e Espanha foram capazes de se expandir e criar um mundo só, transformando-o num único mercado. e somos tudo, ao mesmo tem- po, temos todas as chances de criar o futuro. “Nós temos que inventar o Brasil que nós que- remos." O Brasil, diz ele logo no pri- meiro programa, nasceu sob o signo da utopia. Já existia mui- ntes da dos gueses, mas precisava ser rein- ventado. Nesse primeiro pro- grama, Matriz Tupi, são exibi- das cenas filmadas pelo próprio Darcy e Franz Forthman entre os índios Urubu-kaapor, em 1950, imagens históricas que preparam o espectador para outros surpreendentes registros captados por Isa Grinspum Fer- raz junto a acervos brasileiros eeuropeus. Aos poucos, ela vai montando um patchwork com a iconografia que, entre outras coisas, comprova a permanên- cia de elementos árabes e isra- elitas (marcantes na Península Ibérica) nos lugares mais remo- tos do Brasil. Tanto o livro como a série nele baseada levantam ques- tões que desfazem certos mi- tos consagrados pela história, como o de a sociedade colonial brasileira era "atrasa- da". Balela, defende o antro- pólogo. Na série, Darcy lem- bra que produzimos no perío- do muito mais riqueza de ex- portação que a América do Norte, além de termos edifica- do "cidades majestosas como Ouro Preto, que eles jamais conheceram". Se houve atra- so, defende, a culpa cabe a uma "elite retrógrada", acres- centa, antes de fazer um dis- curso irado sobre o genocídio de índios e negros. Na mais polêmica declaração do antro- pólogo, ele define o Brasil como "um moinho de gastar gente". A série tem outro mérito, além dos já citados. A premia- da realizadora, que prepara um especial sobre o fotógrafo Se- bastião Salgado, assume que "traiu" o antropólogo ao con- vidar os portugueses Agostinho da Silva e Judith Cortesão para falar sobre as teorias antropo- lógicas do brasileiro, que, vai- doso, não gostava da idéia do confronto. "Eles tinham outro ponto de vista e, como queria muito ter seus depoimentos, assumi essa traição", diz Isa. Marx entra de contraban- do na série. O principal con- ceito defendido pelo antropó- logo diz respeito ao advento de um "povo novo", que surge como gênero humano com a fundação do Brasil. Aqui, de- sindianizaram o índios, desafri- canizaram o negro e deseuro- peizaram o europeu. Resulta- do, segundo o antropólogo: o povo "novo" que surgiu não se apegou ao passado nem repro duziu nenhuma civilização. É um gênero novo, mestiço, nas- 'cido comom eluco, que não se identifica nem com o índio nem com o pai branco, e o mulato, que não é africano nem indígena e muito menos europeu. Conselho final de Darcy: como não somos nada CEP 04304-010 - V. Monte Alegre - São Paulo - SP - Fones (Oxx11) 5591-2811/5589-8633 *E-mail: clippingservice@cservice.com.br Praça Olavo Bilac, 28 - conj. 918 - CEP 22041-010 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Fone (Oxx21) 2232-1252 E-mail: clippingservice@terra.com.br O Povo Brasileiro chega num momento em que o mun- do globalizado luta para defi- nir o que seja identidade - o que explica, de certo modo, os con- flitos na Europa e, mais recen- temente, na Austrália, com os migrantes. É, enfim, uma boa hora para se pensar sobre as vantagens da mestiçagem, ten- do como guia Darcy Ribeiro. antropólogo mineiro Darcy Ribeiro (1913-1997), autor de o Povo Brasileiro, livro que conclui a coleção de seus estudos Antropologia da Civilização
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