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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    ser escravos' de um contrato com uma emissora de TV. O que não dá é para abrir mão de tudo." A maior parte dos rendi- mentos dos jovens atores de sucesso, entre 20 e 35 anos, vem dos contratos de publici- dade, afirma Ike. Os mais velhos não costu- mam ser convidados para campanhas. O empresário foi responsável por um cui- dadoso gerenciamento de carreira que per- mite hoje a Juliana Paes fechar vantajosos contratos publicitários. No início, porém, ele orientou a atriz a recusar muitas propos tas: do primeiro convite da revista "Play- boy", quando ela era apenas uma ponta da novela das oito, e não a protagonista, a vá- rias campanhas "apelativas demais, que po- diam estigmatizá-la". Enquanto buscava melhores papéis e contratos publicitários, Juliana foi aconselhada por ele a ter aulas de interpretação com a atriz Camilla Amado. Uma das discussões comuns no setor cultural é se caberá à publicidade e aos pa- trocinadores o papel de financiador da car- reira artística, seguindo um modelo seme- lhante ao adotado por jogadores de fute- bol. A antropóloga Silvia Borelli acha natu- ral que os agentes tentem identificar "." novo caminho, mas insiste que ele não 20 Valor Sexta-feira e fim de semana, 28, 29 e 30 de agosto de 2009 Poladian, tido como "salvador de carreiras" nos anos 80:"Os canais de divulgação mudaram, rádio é menos importante e a garotada hoje baixa qualquer coisa na internet. Mas uma coisa não se altera: 0 que é bom acaba fazendo sucesso PAULO GIANDALIA/VALOR cast da William Morris Agency, maior agên- cia de talentos do mundo. Alice Braga, por causa de sua atuação em "Cidade de Deus", também acabou sendo descoberta por uma agência americana. Ike Cruz, que foi agente de Santoro quando o ator ainda integrava a oficina de atores da Rede Globo, ressalta que se tornar astro em Hollywood não é fá- cil: a própria Juliana Paes, fluente em inglês, fez um vídeo com uma agência americana, há três anos, que não lhe rendeu convites. Brilhar em um filme brasileiro que faça carreira em festivais internacionais é o me- lhor caminho para quem tem pretensões fo- ra do país, diz Marcus Montenegro, sócio da Montenegro&Raman, montada nos moldes das grandes agências americanas e com 180 artistas em seu portfólio. "Os protagonistas dos filmes estão começando a ganhar bem", afirma. Ele ressalta, porém, que as telenove- las continuam sendo o grande mercado de trabalho para os atores, mesmo que a televi- são tenha perdido audiência para outras mi- dias nos últimos anos. "Na verdade estamos no melhor momento, porque várias emisso- ras estão investindo em novelas." Gerenciar a carreira de um ator, a partir do primeiro papel de destaque em novela, exige uma estrutura que engloba assessorias de im- prensa e de imagem, incluindo acordos de permuta com butiques. As emissoras, que an- tes recusavam a intermediação das agências, começam a aceitar o novo formato, valendo- se de eventuais indicações. "Como temos bons contatos, ajudamos o ator a conseguir um pa- pel", afirma Montenegro, atribuindo a mu- dança à profissionalização dessas relações. Em decorrência de suas redes de relacio- namentos e da sintonia com as tendências de mercado, os empresários e agentes mais célebres acabam assediados por artistas em início de carreira. É o caso da agente literá- Lucia Riff e da galerista Márcia Fortes, que gerenciam carreiras de artistas recente- mente destacados por cifras milionárias di- vulgadas nos jornais. O escritor Rubem Fonseca teve o seu passe disputado em leilão entre editoras, promo- vido por Lucia, e acabou contratado pela Agir, do grupo Ediouro, por cerca de R$ 1 mi- lhão, um valor não confirmado pelas partes envolvidas. Beatriz Milhazes, por sua vez, viu sua tela "O Mágico" ser vendida pela casa de leilões Sotheby's, em Nova York, por US$ 1,049 milhão, batendo o recorde para um artista brasileiro vivo - que era seu mesmo, com a tela "Laranjeiras", dois anos antes. existe dessa forma. "A tônica do momento é justamente haver vários modelos possí- veis. O do jogador de futebol é um deles." Versáteis e antenados, os empresários per- cebem algumas portas se fechando-como as governamentais, já que o Estado cada vez mais deixa de ser o provedor da cultura mas outras se abrindo. No caso da música, existe hoje um fenômeno de exportação do trabalho de artistas brasileiros impulsionadoria pelas mesmas facilidades tecnológicas que desestruturaram a indústria fonográfica. A in- ternet tornou-se um canal de divulgação de- mocrático. "A indústria cultural não funciona mais em virtude da venda de um produto, mas de um conjunto de possibilidades que in- clui até a publicidade numa página de inter- net", analisa o sociólogo Renato Ortiz, profes- sor do Instituto de Filosofia e Ciências da Uni- versidade Estadual de Campinas (Unicamp). A internacionalização passou a ser cogi- tada até mesmo por atores brasileiros, his- toricamente voltados para os mercados de telenovelas e produções teatrais. Nesse ca- so, o cinema, uma das poucas áreas que ain- da recebem financiamentos estatais, tem si- do o alavancador de carreiras como a do ator Rodrigo Santoro, que hoje faz parte do Márcia, sempre chamada a explicar o su- cesso de Beatriz, lamenta não ter condições de representar mais artistas plásticos brasi- leiros, além dos 34 abrigados na galeria For-
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