cia ser remontado, porque é bem exi-
guo em sua concepção de LP e o CD
comporta muito mais tempo.
Em Menina Goiaba você faz re-
ferência ao disco que nunca foi fei-
to. Numa entrevista sua naquela
época, você fala que está fazendo
muitos compactos mas não queria
fazer um LP.
É, eu não fiz um LP e é por isso
que eu fiz aquele disco ao vivo no final
de 1974. Porque eu deveria ter feito
um
disco depois do "Expresso 2222", mas
eu não o finalizei. Aquelas
gravações que ficaram pra
trás dão um disco inédito.
- Mas você acabou indo
trabalhar com João
Donato, produzindo um
disco em que na verdade
você chega a cantar. É o LP
"Lugar Comum"...
- É verdade, eu não só
toco e canto algumas coisas
como também compus qua-
tro ou cinco músicas. Eu can-
to A Bruxa de Mentira... É,
eu conheci o João Donato
através da Miúcha - que ti-
nha voltado dos Estados Uni-
dos depois de sua separação
de João Gilberto. Nós fica-
mos amigos e Donato era
muito amigo dela. Nós nos
conhecemos e, enfim, fize-
mos de imediato uma ami-
zade e começamos a convi-
ver. Passávamos noites e noi-
tes por aí, juntos, na casa de
Caetano e na casa de amigos
dele. E aí, pronto, fizemos
muitas coisas através dos
anos... inclusive A Paz.
- E Jorge Mautner, como você co-
nheceu?
- Eu o conheci em Londres, ele ti-
nha ido de Nova Iorque para
Londres...
especificamente para nos visitar e nos
conhecer. Ele tinha nos conhecido mui-
to rapidamente em São Paulo.
- É, ele gravou alguns compactos
na RCA na mesma época que você,
Caetano e Gal.
- É, com a história da Bomba Ato-
mica, né? Nós sabíamos da existência
dele, porque ele foi para os Estados
Unidos. Quando nós fomos para Lon-
dres, ele acabou indo visitar-nos em
1970. Ele fez o filme "O Demiurgo" lá
conosco, é um filme completo. Eu faço
papel de um deus e toco alguma coisa.
Nós acabamos fazendo muitas coisas
juntos, inclusive no disco inglês
músicas são parcerias nossas.
- De repente, você fez mais músi-
cas com Jorge Mautner e com João
Donato do que com Caetano.
- Ah sim, com Caetano não chega a
dez. Ele se refere a isso como a auto-
nomia, como a independência dos dois
projetos. Há uma autosuficiência, en-
tão ele supre suas próprias necessida-
des como músico e eu supro as minhas
como letrista. Só raramente nós nos en-
contramos...
- E quanto ao trabalho com Jor-
ge Ben naquele lendário álbum du-
plo?
Nós estávamos ali, éramos ambos
da PolyGram na época, tínhamos uma
admiração mútua muito forte... Já tí-
nhamos cantado Jazz Potatoes juntos
no "Phono 73", né? Enfim, a gente já
vinha com essa idéia de fazer alguma
coisa juntos. Aí foi a oportunidade, in-
centivados pelo André Midani... nós
gravamos ao vivo no estúdio. Fizemos
coisas curiosíssimas, eu me lembro por
exemplo da gravação do Taj Mahal.
de Fora, MG)
Local de retirada: Rock Session - Rua Corrêa Dutra
59 - Catete - RJ
RESULTADO DE PROMOÇÃO
01) Nativus - CDs oferecidos pela EMI Music -
André Pereira Autônomo (Niterói, RJ). Carlos A
Mattos (Belo Horizonte, MG), Fábio Martins Go-
mes (Niterói, RJ), Rogério Fabiano (Salvador, BA).
Fábio de Souza Lopes de Oliveira (Higienópolis,
RU). Rodrigo Villas (São Paulo, SP), Ismael Marins
Vasques Filho (Bangu. RJ), Valéria Damilo (Juiz
de Fora, MG), Gustavo
Costa Barbosa (Grajaú, RJ).
Augusto Queiroz (Porto Alegre, RS). Hedalvanec
Moura Filho (Nova Iguaçu, RJ), Zenir Xavier (São
Paulo, SP), Atilio de Souza Ciraudo (Lins, RJ). Már-
cia Britto (Santos, SP), Luana Paula Gentil de Brito
(Tlha do Governador, R)). Eduardo Ramos (Belo
Horizonte, MG), Ricardo F. Marinho (Copacabana,
RJ), Kathia Thielman (Santa Maria, RS), Milena
Manes Nunes (Andaraí, R). Nonato Azambuja
(São Paulo, SP), Flávio Torres P. Machado (Niterói,
RI). Tereza Lemos (São Paulo, SP). Higor Oliveira
Granja Moreira (Niterói, RJ) e Júlio da Silveira (Juiz
Carlos Renato M. Braga (Copacabana, RJ), Clau-
dio Peçanha (Porto Alegre, RS), Renata Lima
Barboza (Deodoro, RJ), Valéria Ferreira (Curitiba,
PR), Luiz Carlos Anchieta de Oliveira (Flamengo.
R.) . Cátia Amaral (Florianópolis, SC), Marcos Luis
Gomes Maciel (Jacarepaguá, RJ), Olavo
Montenegro (Belo Horizonte, MG). Mariana L.
(Botafogo, RJ). Henrique Vieira Souto (Lins, RJ)
Pedro Martins (
Brasília, DF), Renata Perdigão
(Tijuca, RJ). Júlio Bastos (São Paulo, SP). Fábio
de Souza Lopes de Oliveira (Higienópolis, RJ), Jo-
aquim Telles (Campo Grande, MS), Jorge Euzébio
da Silva (Maria da Graça. RJ). Wanderley Rico
(Teresópolis, RJ), Ricardo da Silveira Telles (S.J.
Meriti, RJ). Robson Pereira Mariano (Engenho
Pequeno, RJ), Rosemeire Queiroz (Salvador, BA).
Ivanette Pinheiro de Lima (Méier, RJ), Ricardo
Machado (Juiz de Fora, MG), Quévin Almeida
CONTINUA
02) Cabeça de Nego - CDs oferecidos pela
PolyGram - Viviane Gulot Pereira (Rio de Janeiro,
RI), Olivia Vianna (
São Paulo, SP), Aurélio Montoto
Cardama (Nova Iguaçu, RJ), Luiz Eduardo Maciel
(Curitiba, PR), Luiz Walmy Farias (Vilar dos Teles,
RJ). João V. Petrônio (Belo Horizonte, MG). Lean-
dro Ferraz Quintino (Penha, RJ). Kleber Santiago
(Brasilia. DF), André Pereira Autônomo (Niterói,
RJ), Shirley Fontana (Santos, SP) Bruno Ferreira
dos Santos (Gamb, RJ), Barbara Damasceno (Belo
Horizonte, MG). Mirian Goulart de Simas (S.J.
Meriti, RJ), Juca Pessoa (Campos, RJ) e Lucimar
Gouvea (São Paulo, SP).
Local de retirada: Rarity - Rua Sete de Setembro,
132 3° andar - Centro - RJ
Nós tínhamos ensaiado Morre O Bur-
ro, Fica O Homem e o Jorge começou
a tocar a introdução e eu achei que a
gente ia gravar Morre O Burro. Mas aí
ele começou Taj Mahal... (rindo) e foi
tudo gravado já pensando num disco.
Nós realmente estávamos fazendo um
disco já ali. No Glorioso São Cristó.
vão, ele achou um santinho no estúdio
e foi fazendo a música. Jurubeba foi a
mesma coisa, eu bebia jurubeba e le-
vei uma garrafinha pro estúdio. Era um
estimulante que eu gostava de tomar,
aquilo era um
hábito da
Bahia. Aí, brin-
cando no estú-
dio com "juru
juru juru
jurubeba", a
música foi sur-
gindo. E as ou-
tras todas tam-
bém, foi tudo
improvisado.
Como foi
"Refazenda”?
Desde o início
ele já tinha
toda aquela
concepção,
com orquestra
e tal?
- Já, foi
conceitual sim.
Depois do “Ex-
presso 2222",
aquele foi meu
primeiro disco
conceitual. Ali-
ás, daí em dian-
te todos os
meus discos passaram a ser
conceituais. Eles continuaram a ser
conceituais, como tinha sido o disco do
Tropicalismo.
· Phil Collins diz que disco
conceitual ficou perdido no tempo e
que ninguém mais faz isso.
- Ah, mas nós continuamos fazen-
do. Caetano faz, "Estrangeiro"
é e
“Circulado" é. "Parabolicamará" é,
"Eterno Deus Mú"...
"Refavela" também?
- Sim, imagina... "Refavela" é o se-
gundo da trilogia iniciada com
"Refazenda". Depois veio o terceiro
com "Realce", pois o "Refestança" foi
só uma brincadeira no meio de tudo...
porque a Rita quis brincar com o "re".
Todos três têm seus manifestos.
"Refazenda" é o manifesto do recuo,
da retaguarda e da volta; “Refavela” é
o que revela, fala e vê a coisa da músi-
ca negra; e "Realce" fecha a trilogia,
com um salário mínimo de cintilância.
Foi o terceiro movimento, mas quando
eu fiz o "Refazenda" eu não sabia que
estava iniciando uma trilogia. Quando
eu fui pra África é que me apareceu o
"Refavela" e aí eu concluí que depois
teria que fazer um terceiro.
- Você nunca pensou num quarto
volume?
Não, porque eu queria uma
trilogia. Os volumes ficaram afastados
pelo tempo e por outros projetos, como
foram os discos dos Doces Bárbaros, o
"Refestança", o "Antologia do Samba
Choro" e o "Ao Vivo Em Montreux".
Foram três discos de estúdio onde eu
entrei para fazer três pronunciamentos
claros a respeito de certas coisas, por-
tanto aí reside o sentido conceitual de
cada um dos três discos. É o conceito
do re, que passou por todos os três e
que depois, na Warner, nós misturamos
os três discos no "Re-Sol-Vida". É a
solução, "resolvida", talvez o quarto
volume a que você se referiu. É uma
coletânea que mistura o repertório dos
três discos, misturados e divididos em
"Re”, “Sole "Vida". Foram três LPs...
As músicas do "Refazenda",
disco que você demorou tanto a fa-
zer - já que "Expresso 2222" é de
1972 já vinham sendo trabalha-
das?
- Já vinham sim, muito embora eu
só tocasse O Rouxinol em shows. Ela
é da mesma época de Lugar Comum,
eu acho que fiz ambas em Salvador na
mesma semana. Eu estava gravando
um disco em estúdio mas nunca termi-
nei, depois gravei o "Refazenda" todo
de uma vez. Só aproveitei Essa é Pra
Tocar No Rádio, que tinha inclusive o
Dominguinhos tocando sanfona... na
mesma época de Só Quero Um Xodó.
Mas deixei pra trás todo um trabalho...
que, de todo modo, eu quis que fosse
feita toda uma coleta de todo esse ma-
terial. Mesmo o que não saia tudo numa
caixa, depois a gente vê o que vai fa-
zer. Na verdade,
o material inclui mui-
tos elementos que não são comerciais
e que não devem ser encarados como
repertório para coletânea.
03) Rebekah - CDs singles promocionais impor-
tados com a música "Sin So Well", oferecidos pela
WEA Music - Jefferson Modesto de Almeida
(Copacabana, RJ), Heloísa Pontenitti (Campinas,
sp), André Coutinho
Senf (Niterói, RJ), Bruno Tm-
vesso (Petrópolis, RJ), Renata Gonçalves de Olivei-
ra (Taquara, RJ). Marcos A. Pereira (São Paulo, SP)
Rafael Almeida de Lima (Niterói, RJ), Hélio M. Oli
veira (Santos, SP), Ulisses George dos S. Martins
(Sepetiba. RJ), Tereza Lima e Silva (Belo Horizonte,
MG). Luiz Eduardo da Motta Saraiva (Tijuca, RJ).
Luiz R. Martins (São Paulo, SP), Rosa Maria É.
Laurindo (Copacabana, RJ), João Francisco
(Juiz de Fora, MG), Denis da Silveira Peixoto (Quei-
mados, RJ), Lucia Aristides (Salvador, BA), Welinton
Antunes Brayner (Belford Roxo, RJ). Flávio Men-
des (São Paulo, SP), Maria da Gloria Chauvet Coe-
lho (Cachambi, RJ), Lúcio Carmo (Campinas, SP),