CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: A Tarde - Salvador
SECÀO; Caderno 2
14/12/2008
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DOCUMENTÁRIO I Filme que marca o histórico encontro de Gil, Bethânia, Gal e Caetano, nos anos 70, chega às lojas
Doces Bárbaros em DVD
Registro antológico da reunião
dos quatro cavaleiros do após-
calipso Gilberto GII, Gal Costa,
Maria Bethaniae Caetano Velo-
so em 1976, o filme Os Doces Bar-
baros lançado originalmente
em 1978) ganha finalmente lan-
çamento em DVD, três anos
após ter chegado de formare
masterizada e sem cortes da di
tadura aos cinemas
*Em Salvadoro filme foimui .
to bem, ficou 19 semanas em
cartaz em um cinema de arte
dal", comenta o diretor Jom Tob
Azulay, diretamente de sua casa
no Rio de Janeiro
Uma série de coincidencias,
aliadas ao talento dos envolvi.
dos, levou o registro a ter a im
portància que tem nos dias
atuais.
"Fui visitaro Roberto Menes-
cal, que é meu amigo. Ele era
presidente da Phonogram, gra-
vadora que organizou o projeto
dos Doces Barbaros. O convite
partiu da gravadora para come-
morar os dez anos das carreiras
dos quatro. Ele falou do showe
me convidou para fazer um re-
gistro desse encontro", diz Azu-
lay, que ainda não tinha ideia
que aquilo viraria um docu-
mentário
PRISÃO DE GIL - Após as gra-
vações de ensaios, coletiva de
imprensa eo show de estréia em
São Paulo, Azulay retornou ao
Rio para revelar o material re-
gistrado. Foi quando, na passa
gem do grupo por Florianópo-
lis, aconteceu a prisão de Gil
berto Gil e do baterista Chiqui-
nho Azevedo
A partir daí, tudo mudou e o
que era apenas um musical co-
meçou a ganhar tons dramati
cos e até policiais
"Conseguir o registro desse
momento deve-se muito ao Gil
berto Gil,pois mesmo na adver
sidade de sua prisão ele teve a
grandeza de perceber que era
importante a filmagem desse,
proceso", diz Azulay
Chegando em Florianopo.
lis, o diretor gravou entrevistas
até com alguns dos envolvidos
na prisão de Gile Chiquinho, o
que atualmente serve como re-
gistro in loco da atuação da po-
lícia nos anos 70."Gravel como
Gil mesmo tendo um guarda
armado do meu lado", comen-
ta Azulay.
Nesse momento, o filme sai
um pouco do foco musicale até
entra no dia-a-dia familiar de
Gil, registrando o aniversário de
Maria, filha do ex-ministro que
completava um ano.
"Queria mostrar que ele não
era um monstro, um criminoso,
mas uma pessoa que tinha uma
vida normal como as outras"
O retorno aconteceu no Rio
de Janeiro, onde o diretor encai-
xou um trecho organizado com
Caetano Veloso, em que o mu-
sico dizia que a apresentação de
Gilera até uma ajuda no trata-
mento recomendado pelo me.
dico, já que Gil chegou a ser in-
ternado devido ao envolvimen.
to com a erva maldita - forma
como o juiz se referia a maco-
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criticas
depoimento
Doces Bárbaros !
É um nome que pintou na
minha cabeça quando estava
conversando com Jorge
Mautner. Ele disse: 'Quando
você vai a Nova Iorque?
Precisamos invadir aquela
cidade. Eu falei: 'Não se
preocupe, um dia eu vou lá e
seremos os mais doces dos
bárbaros'. Quando pintou de
fazer o grupo, fiz uma musica
com essa frase, Bethania
queria Kirimure, antigo nome
da Bala de Todos os Santos
Terminou ficando Doces
Barbaros. Não que seja só
bonito, mas é algo que já está
nos Novos Balanos, nos Secos
Os Doces Barbaros em
dois momentos: em
1976 e no reencontro,
em 2002. Acima, foto
recente do diretor Jom
Tob Azulay
& Molhados. Tem também um
lance poético. As duas palavras
são tão engraçadas juntas
Caetano Veloso, em trecho
inédito explicando o nome dos
Doces Barbaros, parte do
material que o diretor Jom Tob
Azulay pretende lançar em um
livro sobre o grupo
nha durante o julgamento
A partir de então a mágica da
reunião dos quatro no palco
volta a ser o centro das atenções
das câmeras comandadas por
Azulay, em um filme que dialo-
ga com outros documentários
Importantes da cultura pop da
época, como Gimme Shelter e
Woodstock, tornando-se um
marco no gênero para o cinema
brasileiro.
LIVRO-As histórias que Azulay
registrou do grupo são tantas
que a sua idéia agora é lançar
um livro sobre os Doces Bárba-
ros, juntamente com o critico e
escritor José Miguel Wisnike o
músico Jorge Mautner.
"Nos encontramos na época
do relançamento do filme nos
cinemas para um debate sobre
os Doces Bárbaros. Foi fenome-
nal o encontro. Percebemos
que o grupo era algo que trans-
cendia uma temporalidade"
afirma o diretor.
Tudo agora depende de en-
contrarem uma editora dispos-
ta a organizar esse material,
que, além dos relatos do trio, val
contar com matérias publica
das no período e as histórias
presenciadas (algumas delas
registradas em video) pelo trio.
Uma delas, material inédito
segundo Azulny, foi antecipada
nesta entrevista, que o diretor
dizser "uma homenagem para a
Bahia, já que tudo nasceu af".
E se refere exatamente ao
surgimento dos Doces Bárba
ros, que foi concebido durante
um encontro de Mautnere
Caetano na praia, quando diva-
gavam sobre uma possivel in-
vasão "dos mais doces bárba-
ros" em Nova Iorque (veja o de
poimento completo de Caeta-
no ao lado).
EXTRAS - Além do filme com-
pleto, sem os cortes da época da
ditadura, o DVD traz mals qua-
tro musicas (Tarasca Guidon. Pe
Quente, Cabeça Fria, Eue Ela Es
citamos Ali Encostados na Pa-
rede e Nos. Por exemplo) que
acabaram não entrando no cor-
te final do filme para que o tem-
ponko fosse tão longo, epela es
colha do material de edição.
Além disso, também estão in-
cluídas cenas de bastidores em
que a camera aparece como
mera voyeur da movimentação
dos músicos, amigosefas noca-
marim do grupo após as apre-
sentações
Completa o material duas
entrevistas feitas com Jom Tob
Azulay: uma, na ocasião do lan-
çamento do documentário, e
outra, especialmente feita para
DVD que comenta detalhada-
mente o processo de captação
do áudio do filme na época. O
salto dequalidade para estaver-
são final levou o diretor a afir-
mar que "na verdade, levou 30
anos para fazer esse filme!
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