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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

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Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
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    CLIENTE: GILBERTO GIL VEÍCULO: DIÁRIO DA FRANCA - FRANCA SEÇÃO: CULTURA DATA: 07.01.2006 Gil ignora Caetano e responde a Gullar Manifesto foi organizado com a intenção de obter do ministro e de Lula a cabeça do secretário Divulgação ministro Gilberto Gil - tem nas mãos um ras no documento em favor do secretário e da "radicali- pedido de degola dezação democrática das polí- ticas culturais" não têm rele- vo nacional e esse é um ingrediente da disputa. "Quanto mais a pequena eli- te grita, mais fica patente que as políticas públicas do go- verno são efetivamente de- mocratizantes", diz Bentes. O ministro enfrentou o tiroteio anteontem. "Não li", disse, a respeito da carta de Caetano. Mas afirmou que, "se querem a cabeça de Sá Leitão, não vão ter". Gil estava no Rio de Janeiro, acompanhado de Sá Leitão, para divulgar a Copa da Cultu- ra, que o Minc promoverá na Alemanha, em paralelo ao Mundial de fu- tebol. seu secretário de Políticas Culturais no Ministério da Cultura, Sérgio Sá Leitão. E também outro pedido, para que Sá Leitão fique. Gilberto Gil está sob fogo cruzado. Caetano Velo- So, Oscar Niemeyer, Fernan- da Montenegro, João Ubaldo Ribeiro estão entre as assi- naturas do texto contra Sá Leitão. O manifesto foi orga- nizado pelo cineasta Zelito Viana e pelo produtor Luiz Carlos Barreto, com a intenção de obter de Gil e do presiden- te Luiz Inácio Lula da Silva a cabeça do se- cretário Gil modificou em sua ges- tão as re- gras de pa- trocínio das Anteon- tem, em carta aberta publica- da pela coluna de Mônica Bergamo, Cae tano atacou Sá Leitão e o comportamento do Minc, afirmando que, quando um ministério "exige adesão to- tal às suas decisões, estamos Av a um passo do totalitarismo". Caetano defendeu Gullar e cineastas que foram chamados de privilegiados pelo secretário. Na carta, o parceiro de Gil refere-se de maneira crítica ao projeto (que acabou arquivado) da Ancinay (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), visto por setores da produção de cinema e da TV como autoritário e centralizador. Do lado dos que defen- dem Sá Leitão, os nomes mais conhecidos são os da profes- sora de cinema Ivana Bentes e o do cineasta Joel Zito Ara- újo, que apoiavam a criação da Ancinav. As outras 184 assinatu- empresas estatais A origem do bafafá foi a crítica que o poeta e colunis- ta da Folha Ferreira Gullar fez à "centralização" da ges- tão Gil no MinC (Ministério da Cultura), durante Sabati- na Folha, no último dia 21. Sá Leitão revidou em carta à re- portagem, classificando o po- eta de "stalinista", referência ao regime totalitário do dita- dor soviético Josef Stalin (1879-1953) e o barraco começou. Para Sá Leitão, o "obje- tivo da celeuma" não é pro- priamente defender Gullar, mas preservar canais de acesso aos cofres do gover- no no financiamento do cine- ma e de outras obras cultu- rais. PAG: 15 Gil modificou em sua ges- tão as regras de patrocínio das empresas estatais, visan- do a distribuir o dinheiro en- tre mais projetos e mais Es- Gilberto Gil tem nas mãos um pedido de degola de seu secretário de Políticas Culturais no Ministério da Cultura, Sérgio Sá Leitão tados do país. No MinC, essa política é chamada de descentraliza- ção" e encarada como "o fim do balcão" de atendimento especial para pedidos de pa- trocínio apresentados por ar- tistas consagrados. "Essas pessoas não se conformam com regras repu- blicanas e tratamento demo- crático, porque agora elas são tratadas como todos os outros produtores culturais deste pais", diz Så Leitão. O secretário afirma que Barreto atribui a ele a res- ponsabilidade por não ter ven- cido os últimos concursos de patrocínio da Petrobras (mai- or investidora em cinema do país) e do BNDES, cujas re- gras de seleção também mu- daram. A Folha tentou ouvir Barreto, que preferiu não se manifestar. O debate do MinC com Gullar reacende as duas mai- ores polêmicas que Gil en- frentou no ministério. Na pri- meira, a do "dirigismo cultu- ral", o cineasta Cacá Die- gues esteve ao seu lado. Na segunda, sobre a Ancinav, não. Agora, Diegues está contra Sá Leitão: "É inadmissível que um servidor público se dirija a um cidadão brasileiro nos termos em que esse rapaz se dirigiu. Ainda mais se tratando de um brasileiro como Ferreira Gullar. O ministro Gil sempre responde às críticas que re- cebe, justas ou injustas, de um modo cortês e altivo. Não há razão nenhuma para que um assessor seu seja tão grossei- ro", diz. Foi Diegues quem clas- sificou como tentativa de "di- rigismo cultural" as regras de patrocínio estatal formuladas pela Secretaria de Comunica- ção, em 2003 (à época sob comando de Luiz Gushiken). Previam contrapartida social e adequação dos projetos a políticas de governo. Gil discordava de Gushi- ken e, com a gritaria dos ci- neastas, venceu a queda-de- braço e recebeu de Lula a missão de formular as políti- cas de patrocínio do gover- no. Em 2004, Gil quis dar um passo além, com a criação da Ancinav, que teria a função de regular os setores de TV e cinema. Acusada de autoritária por Barreto, Diegues e outros representantes do cinema e da TV, a proposta foi aborta- da pelo governo, na maior derrota de Gil até aqui. Mas as marcas do deba- te estão longe de cicatrizar. "Barreto e Zelito encabeça- ram o debate contra a Anci- nav nos mesmos termos que estão fazendo agora", diz Bentes. O cineasta Domingos Oliveira delineia a questão in- cômoda à esquerda e à direi- ta. "É incrível o governo não ter se levantado contra o ci- nema sustentado pelas leis de renúncia fiscal. Isso inflacio- nou o mercado de modo arti- ficial, porque o dinheiro não custa nada para ninguém e divorciou o cinema do públi- co, porque não importa a bi- lheteria do filme, mas quanto ele capta."
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