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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
  • Transcript:
    CLIENTE: Gilberto Gil VEÍCULO: Estado de Minas - BH CLIPPING SEÇÃO: Política SERVICE DATA: 25/02/2007 Outros quatro anos do talento de Gil na Culturais GUSTAVO KRIEGER Brasília-Desde que foi ree- leito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém sob sigi- lo as decisões sobre o novo mi- nistério. Não confirmou publi- camente a permanência de ninguém e chegou a dizer que só ele e o vice-presidente José Alencar tinham emprego ga- rantido no governo. A ruidosa exceção a essa lei do silêncio foi o ministro da Cultura, Gilberto Gil, Bem cedo ele contou para todo mundo que foi convidado a ficar e disse que ia pensar no assunto. Depois, anunciou a própria permanência. Se fosse qualquer outro ministro, teria irritado o presidente e coloca- do em risco o emprego. Com Gil é diferente. Ele sempre foi um ministro diferente. Gil foi chamado para o go- verno em parte como ministro e em parte como símbolo. Não há dúvidas de que deu certo no segundo papel. Em um gover- no que viu escândalos políticos abaterem seus integrantes mais destacados, como José Dirceu e Antonio Paloccl, é inestimável o valor de um mi- nistro que as pessoas pagam ingresso para ver. Ao longo dos últimos quatro anos, Gil e seu violão renderam ao governo Lula uma série de grandes ima- gens. E melhor, com repercus- são internacional. A mais mar- cante foi a de sua apresentação na ONU, em setembro de 2003. O ministro brasileiro colocou 2 mil pessoas para dançar no au- ditório das Nações Unidas e ainda convenceu o então secre- tário-geral da ONU Kofi An nan, a entrar na banda como percussionista. Ele tem muito prestígio na Europa, especialmente entre os intelectuais, e aproveitou essa projeção. Viajou como ne- nhum outro ministro. Foram mais de 30 países durante o primeiro mandato de Lula. Uma agenda eclética, que in- cluiu 13 passagens por Paris, mas também passou por paí- ses pobres como Cabo Verde e Angola. As viagens renderam críticas. Gil foi acusado de usar a pasta para reforçar sua carrei- ra de cantor e compositor. A acusação é uma das pou- cas coisas capazes de tirá-lo do sério. Nas contas dele não há nenhuma dúvida de que o mi- nistro prejudicou o artista. E não apenas porque ele teve de reduzir sua agenda de shows, mas porque praticamente dei- xou de compor. Desde que tor- nou-se ministro, escreveu ape- nas duas músicas, ambas com Jorge Mautner. Mais que a ari- dez do poder, o motivo do blo- queio è fisico. Gil costumava compor madrugada adentro Com agenda cheia de reu- niões e audiências, as noites fi- caram mais curtas e a inspira- ção prejudicada LUTA POR VERBAS Como mi- nistro, Gil teve uma passagem mais atribulada. No início da gestão, acumulou brigas e po- lêmicas. Foi acusado de "dirigis- mo cultural" ao propor a cria- Desde que passou a integrar o PÁG.: 05 governo, ministro reduziu agenda de shows e compôs apenas duas músicas, em parceria com Jorge Mautner ção da Ancinav, uma agência para regular a produção de conteúdo para cinema e televi- são no Brasil. Enfrentou cartas de protesto e abaixo-assinados de intelectuais contra a pro- posta, que acabou engavetada. Causou um barulho ainda maior quando centralizou no Ministério da Cultura a decisão sobre patrocínios culturais das empresas estatais. Até então, cada empresa tinha poder para decidir sobre suas verbas. Com a centralização, o dinheiro pas- sou a ser distribuídos em con- cursos controlados pelo minis- tério. O primeiro efeito foi o aumento no número e a am- pliação do perfil dos beneficia- dos. Produções do Norte e Nor- deste do país ganharam espaço em uma área antes dominada pelos grandes realizadores do Rio e de São Paulo. O segundo efeito foi a chiadeira. Logo que tomou posse, Gil promoveu uma reforma nas instalações do ministério. Foi acusado de desperdiçar dinhei- ro público ao investir R$ 789 mil em móveis e R$ 674 mil na instalação de divisórias mais baixas, permitiam aos fun- cionários desfrutar "da paisa- gem marítima de Brasília", co- mo escreveu na época para jus- tificar a despesa. Depois da po- lêmica, dedicou-se a reformas mais profundas. Dessa vez nas estruturas da pasta. Revitalizou a Funarte, uma instituição que estava paralisada. Criou novas iniciativas, como os Pontos de Cultura, que reúnem várias ini- ciativas e programas educati- vos e culturais. De todas as brigas, a mais dura foi dentro do governo, para ampliar o orçamento da pasta. Na campanha de 2002, Lula prometeu destinar 1% do orçamento do governo para a Cultura. Quando Gil assumiu, a fatia era de apenas 0,2%. Qua- tro anos depois, subiu para 0,6%. Confirmado no cargo, te- rá mais quatro anos para atin- gir a meta. Gil praticamente deixou de lado a carreira por ministério, mas aceitou convite de Lula e permanece no cargo
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